Enquanto cresce a pressão dentro do Partido dos Trabalhadores (PT) pela saída da base do governador Eduardo Riedel (PSDB) na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, o deputado estadual Zeca do PT adotou posição oposta. Em contraste com os colegas de partido Pedro Kemp e Gleice Jane, que defendem o rompimento após a fala de Riedel sobre anistia aos presos do 8 de janeiro, Zeca reforça: “Não estamos lá a serviço do governo, e sim do nosso povo”.
Mesmo tendo criticado duramente a declaração do governador, o ex-governador e atual deputado estadual defendeu que o partido permaneça no governo estadual para garantir a defesa de pautas históricas do PT. “Estamos lá para representar a agricultura familiar, os indígenas, os quilombolas. Se o Riedel quiser nos tirar, que o faça. Mas nós não temos que sair”, afirmou.
Zeca foi direto ao lembrar que o apoio do PT foi decisivo para a vitória de Riedel contra o bolsonarista Capitão Contar em 2022. “Se não fosse o apoio do PT, explicitamente meu e do deputado Vander, ele não ganhava do pior”, disse, referindo-se ao adversário derrotado.
A tensão interna no partido ocorre após a manifestação pública de Riedel nas redes sociais no fim de semana, em que ele defendeu a votação de uma anistia para os envolvidos nos atos antidemocráticos de janeiro de 2023. A posição do governador gerou repúdio entre parlamentares petistas, que consideram inaceitável qualquer tipo de conivência com atos golpistas.
O diretório estadual do PT deve se reunir nesta segunda-feira para deliberar oficialmente sobre a permanência na base aliada. Nos bastidores, a divisão está clara: enquanto uma ala defende o rompimento imediato, outra aposta no pragmatismo político para manter o espaço conquistado na gestão estadual.
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*Com informações Investiga MS