Segunda, 07 de Abril de 2025

Bolsonaro chama STF de golpista e diz que prender velhinhas por 8 de janeiro é “crime impossível”

Na Avenida Paulista, ex-presidente diz que não estava no Brasil, ataca ministros do Supremo e promete aprovar anistia com pressão popular e apoio de governadores

07/04/2025 às 10h13
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a adotar um tom de confronto neste domingo (6), durante manifestação na Avenida Paulista, em São Paulo, ao criticar duramente o Supremo Tribunal Federal (STF) pelas condenações relacionadas aos atos de 8 de janeiro de 2023. Em entrevista ao portal Metrópoles antes de discursar no carro de som, Bolsonaro classificou as decisões da Corte como “tentativa de golpe” e pediu urgência na aprovação da anistia para os réus.

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“Não consigo entender como um ministro vota por condenar até 17 anos de prisão pessoas idosas, mães que não têm nem passagem pela polícia. Isso é completamente infundado”, disparou o ex-presidente. Ele citou os ministros Kassio Nunes Marques e André Mendonça como exemplos a serem seguidos, e fez menção ao pedido de vista do ministro Luiz Fux no julgamento que pode torná-lo réu por tentativa de golpe de Estado.

Bolsonaro também ironizou a narrativa de que teria planejado uma sublevação: “Você acha que uma senhora de 74 anos tem condições de dar um golpe? Que golpe é esse que nem o Mossad ficou sabendo? Golpe sem armas, sem tropas?”, questionou. Ele voltou a alegar que estava fora do país no dia 8 de janeiro e negou qualquer envolvimento com os atos.

O ex-presidente criticou o uso de delações premiadas, especialmente a de Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens. “A última [delação] foi mediante ameaça do ministro de ver seu pai, esposa e filho condenados. Isso é delação ou é coação?”, indagou, citando falas da ministra Cármen Lúcia e do ministro Gilmar Mendes como críticas à forma como o instrumento tem sido utilizado.

Na entrevista, Bolsonaro disse acreditar que o projeto de anistia será aprovado com apoio do Parlamento e dos governadores. “Essas manifestações populares ajudam. Os governadores aqui presentes apoiarão a pauta e vão influenciar seus deputados”, afirmou, referindo-se, inclusive, ao governador Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), presente no ato.

Sobre a eleição de 2026, Bolsonaro disse estar à disposição do PL, mas minimizou especulações: “Nunca estive longe de nenhum presidenciável. Cada um será candidato por seu partido.”

Com a estratégia de vitimização dos presos, deslegitimação do STF e discurso inflamado pela anistia, Bolsonaro reforça sua base e pressiona o Congresso a votar a proposta, enquanto segue tentando limpar sua própria ficha no xadrez jurídico e político que se desenha para os próximos anos.

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*Com informações Metrópoles

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