Quarta, 03 de Setembro de 2025
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PT admite derrota nas redes e recorre ao Centrão para salvar articulação de Lula

Partido reconhece falhas na comunicação e aposta em acordos silenciosos com aliados do centrão para manter votos no Congresso

07/04/2025 às 11h28
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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A cúpula do PT parece, enfim, ter entendido o que a oposição já percebeu há muito tempo: não basta vencer no plenário se se perde na internet. Com a base governista cada vez mais desarticulada e as redes sociais sendo dominadas por bolsonaristas, o partido do presidente Lula decidiu montar uma operação de emergência em Brasília para tentar reagir – tanto no Congresso quanto na comunicação.

A nova estratégia inclui reuniões semanais fixas às segundas e terças-feiras, convocadas pelo líder da bancada, Lindbergh Farias (RJ), no gabinete da legenda na Câmara. O objetivo é claro: reforçar a articulação política de um governo que tem patinado na relação com o Legislativo e, ao mesmo tempo, encontrar um caminho para sair do apagão nas redes sociais.

A legenda petista reconhece que está apanhando na arena digital. Mesmo quando consegue votos suficientes para aprovar propostas, o discurso público é perdido para influenciadores de direita, que pautam o debate com mais agilidade e impacto. O partido agora quer desenvolver uma contraofensiva coordenada, discutida diretamente com o senador Humberto Costa (PE), presidente nacional do PT.

Mas o problema vai além da comunicação. Nos bastidores, o PT tem se rendido a uma tática silenciosa: repassar pedidos do Planalto a parlamentares com trânsito no Centrão. A lógica é simples — já que o próprio Lula evita interações diretas com deputados, cabe ao partido buscar aliados dispostos a “fazer o meio de campo”. A prática escancara a dificuldade do presidente em manter o pulso firme sobre sua base.

Enquanto isso, a oposição segue ativa. Nas últimas semanas, o PL de Jair Bolsonaro conseguiu paralisar votações e obstruir comissões, pressionando pela urgência do projeto que prevê anistia aos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro. O governo só conseguiu reagir graças a uma aliança emergencial com a bancada do agro.

Mesmo diante desse cenário, há quem aponte que o presidente Lula parece distante. Críticas internas no Congresso afirmam que o petista, em seu terceiro mandato, se mostra cada vez mais alheio à dinâmica do Parlamento — algo impensável em seus primeiros anos no poder.

A tentativa do PT de montar uma frente política e midiática às pressas soa, para muitos, como o último alerta: ou o partido se reinventa, ou seguirá sendo engolido por uma oposição organizada, digitalmente dominante e politicamente estratégica.

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*Com informações Metrópoles

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