O Censo Escolar 2024, divulgado nesta quarta-feira (9) pelo Inep, revelou que apenas 19,6% dos alunos da educação básica no Brasil estão matriculados em escolas de tempo integral. Isso significa que cerca de 9,2 milhões de estudantes, de um total de 47 milhões, estudam ao menos sete horas diárias.
Embora o número de matrículas em tempo integral tenha crescido nos últimos anos, o avanço é considerado lento. Em 2015, apenas 15,8% dos alunos estavam nesse modelo, e, após oscilações, chegou a 18,1% no ano passado.
Natália Fregonesi, coordenadora de Políticas Educacionais do movimento Todos Pela Educação, destacou o avanço como positivo, mas reconheceu os desafios. “É um sinal de que as redes de ensino estão priorizando essa política. Inclusive, o governo federal lançou o Programa de Escolas em Tempo Integral para incentivar o aumento das matrículas”, afirmou.
Os dados mostram que as creches lideram o percentual de alunos no tempo integral, com 59,5%. Em contrapartida, a pré-escola registra apenas 15,8%, enquanto o ensino fundamental 1 tem 15%, fundamental 2 alcança 17,8%, e o ensino médio chega a 21,7%.
Fregonesi enfatizou que o sucesso da educação integral vai além da carga horária ampliada, destacando a importância de propostas pedagógicas que contemplem disciplinas eletivas, projetos de vida e formação cidadã.
O Censo também apontou um aumento de 6,7% nas matrículas na educação profissional, totalizando 2,57 milhões de estudantes. Apesar do crescimento, a oferta de cursos técnicos permanece desigual entre as regiões. No Sudeste, a cada 12,6 escolas, uma oferece formação profissional. No Norte, essa proporção é de uma para 26,7 escolas.
Além disso, o levantamento evidenciou uma redução de 0,4% no total de estudantes em relação a 2023. Atualmente, há 9,5 milhões de alunos matriculados em instituições privadas, representando cerca de 20% do total.
Os números reforçam a necessidade de maior investimento e planejamento na expansão do ensino integral e na formação profissional, para garantir uma educação de qualidade e reduzir as disparidades regionais.
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