Domingo, 13 de Abril de 2025

Hugo Motta trava a democracia: presidente da Câmara recua diante da pressão sobre anistia

Postura hesitante e negociação com STF expõem fragilidade do Congresso

12/04/2025 às 20h01 Atualizada em 13/04/2025 às 17h19
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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A decisão de Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara dos Deputados, de não pautar o Projeto de Lei da Anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de Janeiro, mesmo após alcançar as assinaturas necessárias, é um golpe contra a transparência e a representatividade esperadas do cargo. Motta prefere priorizar negociações nos bastidores com o Supremo Tribunal Federal (STF) e o governo Lula, ignorando o clamor da sociedade e a urgência do debate público.

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Essa postura revela uma liderança vacilante e submissa às articulações políticas em detrimento de decisões que deveriam ser tomadas no plenário, espaço legítimo de confronto de ideias. Enquanto o Centrão avalia que o avanço do projeto é incerto, Motta se esconde sob a justificativa de evitar pautas polêmicas, mesmo com 257 deputados favoráveis à urgência do tema.

Os dados são claros: 56% da população, segundo levantamentos da Quaest e Datafolha, rejeitam a anistia. Ainda assim, Motta mantém a Câmara em compasso de espera, deixando no limbo uma discussão essencial para a justiça e a democracia.

Além disso, a falta de clareza sobre o texto final e o alcance da anistia – que pode beneficiar nomes como o ex-presidente Jair Bolsonaro, ex-ministros e generais – reforça a percepção de que o Congresso se encontra à deriva, sem liderança firme. O relator do projeto sequer foi definido, e a única proposta existente, rejeitada pelo colegiado, permanece sem alternativas concretas.

Enquanto 144 pessoas permanecem presas pelos atos de 8 de Janeiro, Motta parece mais preocupado em agradar ao STF e ao Planalto do que em cumprir seu papel como representante do povo. A hesitação do presidente da Câmara não é apenas um erro estratégico; é uma traição à democracia que ele jurou defender.

O Brasil exige coragem para enfrentar os dilemas mais difíceis. A omissão de Motta não é apenas uma demonstração de fraqueza, mas uma escolha política que coloca em xeque a credibilidade do Legislativo e o respeito às instituições.

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*Com informações Metrópoles

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