Quarta, 03 de Setembro de 2025
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Centrão barra anistia e expõe divisão no Congresso: Manobra para evitar crise com STF?

Proposta é suspensa enquanto líderes articulam punições seletivas para manifestantes de 8 de janeiro

24/04/2025 às 22h08
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

A tentativa de anistiar os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro ganhou um novo capítulo nesta quinta-feira (24), quando o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidiu engavetar o pedido de urgência da proposta. A medida, apoiada pelos caciques do Centrão, reflete uma estratégia calculada para evitar um embate direto com o Supremo Tribunal Federal (STF) e preservar o funcionamento do Congresso.

Entre bastidores e declarações públicas, os líderes do Centrão indicaram abertura para uma nova versão do projeto, que promova redução de penas para manifestantes de baixo escalão, enquanto mantém punições rigorosas aos organizadores. A sinalização de que o diálogo com o STF está em andamento é vista como uma tentativa de distensionar a relação entre os Poderes, em meio ao risco de que o tema paralise a agenda legislativa.

Embora o governo Lula tenha se posicionado oficialmente contra a anistia, nos bastidores, a posição é mais flexível. Desde que os líderes golpistas enfrentem o peso total da lei, o Planalto não descarta negociações que poupem manifestantes com papel periférico nos eventos. A preocupação principal, porém, é que uma brecha no projeto abra espaço para beneficiar Jair Bolsonaro, inelegível até 2030 e alvo de inquéritos sobre o suposto golpe.

“O adiamento não significa que abandonaremos o diálogo em busca de uma solução equilibrada. Como presidente, minha responsabilidade é priorizar a pauta da Casa, e uma proposta que divida tanto as bancadas não pode tomar toda a atenção do Congresso”, declarou Hugo Motta, reforçando o compromisso de evitar retrocessos.

A articulação do Centrão demonstra que, mesmo em temas delicados, a política busca caminhos intermediários. Porém, o risco de uma nova crise institucional persiste, evidenciando a complexidade de lidar com as cicatrizes deixadas pelo 8 de janeiro.

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*Com informações Metrópoles

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