Quarta, 03 de Setembro de 2025
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Futuro de Lupi no Ministério da Previdência em xeque após escândalo no INSS

Reunião do CNPS e convite à Câmara serão testes cruciais enquanto aliados avaliam impacto de sua permanência para Lula e o governo

28/04/2025 às 12h10
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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A crise envolvendo o Ministério da Previdência alcançou um novo patamar após a operação da Polícia Federal, que revelou fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e afastou a cúpula do órgão, incluindo seu presidente, Alessandro Stefanutto. Indicado ao cargo pelo ministro Carlos Lupi, Stefanutto está no centro das investigações, que incluem denúncias de descontos indevidos nos pagamentos de aposentados por associações parceiras do ministério.

Diante da gravidade do caso, o Ministério da Previdência busca agora reunir documentos e evidências que demonstrem ações de Lupi para mitigar o problema. O Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), que se reúne nesta segunda-feira (28), será o palco para medir a temperatura interna sobre a permanência do ministro no cargo. O colegiado, presidido por Lupi, reúne representantes do governo, trabalhadores, empregadores e aposentados.

A pauta do encontro inclui o acordo que encerrou a greve da Perícia Médica Federal e a medida provisória que criou o Programa de Gerenciamento de Benefícios, destinado a reduzir o atraso nas revisões de benefícios previdenciários. O resultado dessa reunião poderá oferecer um indicativo claro sobre o clima interno no ministério após o escândalo.

Na terça-feira (29), o desafio de Lupi será externo. Ele foi convidado a comparecer à Comissão de Previdência Social da Câmara para prestar esclarecimentos. Embora a presença seja opcional, uma eventual ausência poderia intensificar a pressão política sobre sua posição.

Avaliando o impacto político
O caso ganhou contornos políticos delicados, uma vez que Carlos Lupi é uma figura-chave no PDT, partido que integra a base de apoio ao governo Lula. Licenciado da presidência da sigla, Lupi ainda exerce influência significativa como principal líder do partido, que foi essencial na campanha de Lula no segundo turno das eleições de 2022.

O presidente Lula terá que pesar os custos de manter Lupi no cargo, considerando a necessidade de preservar alianças políticas com o PDT, sem ignorar o impacto negativo na popularidade do governo.

Enquanto isso, a possibilidade de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre as fraudes no INSS permanece como um risco adicional. Embora a base governista avalie que CPIs enfrentam barreiras para avançar sob o comando de Hugo Motta (Republicanos-PB) na Câmara e Davi Alcolumbre (União-AP) no Senado, o caso continua a atrair atenção pública e parlamentar.

A gestão de Lupi enfrenta, portanto, um teste crítico, e os próximos dias serão decisivos para definir se ele conseguirá manter seu posto ou se a crise abrirá espaço para mudanças no comando da Previdência.

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*Com informações Metrópoles

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