A oficialização da "superfederação" entre os partidos Progressistas (PP) e União Brasil, marcada para hoje no Salão Nobre da Câmara dos Deputados, em Brasília, promete mexer no cenário político de Mato Grosso do Sul. A união abre caminho para que o ex-deputado estadual Capitão Contar (PRTB) e o atual governador Eduardo Riedel (PSDB), que disputaram o governo em 2022, se tornem aliados em 2026.
Fontes ligadas ao ex-deputado afirmam que ele já negocia sua migração para o PP com vistas às eleições do próximo ano. Capitão Contar, que obteve uma votação expressiva na última eleição, é visto como um nome estratégico para o fortalecimento da legenda. Seu ingresso no PP, liderado no Estado pela senadora Tereza Cristina, poderia consolidar uma chapa forte na disputa pelas oito cadeiras de Mato Grosso do Sul na Câmara dos Deputados.
Por outro lado, o governador Eduardo Riedel, que busca construir uma ampla base de apoio para sua reeleição, já conta com a participação do PP e da União Brasil em seu arco de alianças. Isso significa que antigos adversários, como Riedel e Contar, podem caminhar lado a lado nas próximas eleições.
Com a formação da União Progressista – nome dado à superfederação –, lideranças estaduais acreditam que o bloco terá grandes chances de eleger, ao menos, três deputados federais. Capitão Contar e a ex-deputada federal Rose Modesto (União Brasil) são vistos como trunfos eleitorais, dada a força de suas bases.
Para o PP, a inclusão de Capitão Contar é uma jogada estratégica que, somada à influência de Tereza Cristina, pode ampliar o alcance do partido e garantir uma bancada robusta na Câmara. Além disso, a federação unifica esforços entre PP e União Brasil, aumentando a competitividade do bloco.
A parceria entre Capitão Contar e Eduardo Riedel marca uma reviravolta no cenário político. Em 2022, os dois protagonizaram uma acirrada disputa pelo governo do Estado. Na ocasião, Riedel saiu vitorioso no segundo turno, com 56,90% dos votos válidos, enquanto Contar obteve 43,10%.
A rivalidade entre ambos foi alimentada por apoios políticos opostos. No primeiro turno, Contar recebeu um importante impulso após uma declaração de Jair Bolsonaro, então presidente, recomendando voto no candidato do PRTB. No entanto, no segundo turno, o apoio de figuras como a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, e a neutralidade estratégica de Tereza Cristina ajudaram Riedel a garantir a vitória.
A oficialização da União Progressista deve consolidar a aliança entre os dois antigos adversários, mas a concretização do arco de alianças ainda depende das decisões do governador Eduardo Riedel e do ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB). Riedel mira sua reeleição, enquanto Azambuja almeja uma vaga no Senado.
Enquanto isso, Capitão Contar se prepara para dar um novo rumo à sua carreira política, ingressando em um bloco que pode ampliar significativamente sua projeção. A expectativa é que essa aliança, por mais improvável que pareça, traga ganhos estratégicos para ambos os lados.
Como dizem os romanos, Alea jacta est: a sorte está lançada.
Receba as principais notícias do Brasil pelo WhatsApp. Clique aqui para entrar na lista VIP do WK Notícias e siga nossas redes sociais.
*Com informações Correio do Estado