Quarta, 03 de Setembro de 2025
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Escândalos e pressão no Governo Lula: Lupi resiste em meio a pedidos de demissão e crise no INSS

Com apoio em queda e CPI à vista, presidente enfrenta dilemas na Esplanada dos Ministérios

02/05/2025 às 08h41
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta uma nova crise política em meio a escândalos de corrupção que colocam em xeque a permanência de Carlos Lupi (PDT) à frente do Ministério da Previdência. Uma operação revelou desvios fraudulentos no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), agravando a pressão para mudanças no primeiro escalão do governo. Mesmo assim, o Palácio do Planalto adota cautela, mantendo o foco nas investigações e evitando afastar Lupi neste momento, enquanto articula estratégias para preservar sua base política no Congresso.

Pesquisas recentes apontam que 85,3% dos brasileiros defendem a demissão de Lupi, conforme levantamento da Atlas/Intel. Além disso, parlamentares da oposição intensificam os movimentos para criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), ou até mesmo uma comissão mista, para investigar os desvios. Por outro lado, Lula hesita em realizar uma reforma ministerial ampla, temendo perder o apoio do PDT, que possui 17 deputados federais e três senadores essenciais para a aprovação de projetos estratégicos.

Entre os desafios para o governo está a pressão por mudanças na Esplanada. Desde o início do mandato, as alterações ministeriais foram pontuais, como as substituições no Ministério da Saúde e na Secretaria de Comunicação Social, em que os novos nomes refletem um rearranjo interno do PT. No entanto, os partidos aliados têm exigido maior espaço no governo, ampliando o desgaste político.

Carlos Lupi, por sua vez, defendeu sua gestão e afirmou que o Ministério da Previdência “sempre atuou firme” contra irregularidades. “Não há absolutamente nenhuma acusação contra mim”, disse o ministro, tentando afastar as críticas. Apesar disso, a crise levou à demissão de Alessandro Stefanutto, presidente do INSS, substituído por Gilberto Waller Júnior, em uma tentativa do Planalto de sinalizar controle sobre a situação.

Os escândalos de corrupção e a lentidão para promover mudanças na Esplanada têm gerado impacto na popularidade de Lula. Mesmo com a aprovação do governo registrando uma leve melhora, de 44,9% para 46,1%, segundo a LatAm Pulse, a situação política segue delicada. De olho nas eleições de 2026, Lula tenta angariar apoio popular com medidas como a ampliação da isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil e o debate sobre a redução da jornada de trabalho.

No entanto, o contexto é de pressão crescente. A base governista, incluindo partidos como PDT e PSD, cobra respostas mais rápidas do governo. O União Brasil, que tem o governador Ronaldo Caiado como pré-candidato à presidência, se distancia da gestão petista, aumentando o isolamento político do Planalto.

A oposição, liderada por figuras como o senador Ciro Nogueira (PP), explora as fragilidades do governo e avança em articulações no Congresso. O cenário é ainda agravado pela federação entre União Brasil e Progressistas, criando uma força política que ameaça a governabilidade de Lula.

Com um quadro de instabilidade política e pressão por mudanças, o presidente terá de equilibrar articulações estratégicas no Legislativo, controlar os danos causados pelos escândalos e, ao mesmo tempo, reconquistar a confiança do eleitorado, sob o risco de comprometer sua governabilidade e suas pretensões de reeleição.

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*Com informações Metrópoles

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