A saúde pública de Campo Grande vive um dos seus momentos mais críticos, com todos os leitos hospitalares ocupados e centenas de pacientes aguardando por atendimento adequado. Dados da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) mostram que a superlotação é reflexo do aumento expressivo de casos de doenças respiratórias e da histórica escassez de leitos na Capital.
Atualmente, 41 crianças — três delas vindas de outras cidades — e 220 adultos necessitam de internação hospitalar. Enquanto isso, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) tentam absorver a demanda. A secretária Rosana Leite afirma que, apesar da falta de leitos, todos os pacientes estão sendo acompanhados, embora em condições longe das ideais.
As síndromes respiratórias agudas graves (SRAGs) são as principais responsáveis pela crise, tendo causado 82 mortes até o final de abril, entre crianças e idosos. Mais da metade dos 1.056 casos confirmados de SRAG envolvem crianças, evidenciando o impacto do vírus sincicial respiratório e da influenza A.
Para conter o avanço, a vacinação contra a gripe foi ampliada para toda a população. No entanto, a alta procura por atendimento revela o quanto o sistema de saúde ainda precisa avançar para dar conta da demanda.
Diante da incapacidade de ampliar vagas em hospitais privados e públicos, a Sesau anunciou um plano de contingência que transforma o Pronto Atendimento Infantil do Bairro Tiradentes em centro de referência para os casos mais graves. Essa unidade, equipada com pediatras, fisioterapeutas e outros profissionais especializados, será o local prioritário para crianças em estado crítico.
As UPAs Coronel Antonino e Universitário, por sua vez, vão atuar como suporte, absorvendo casos moderados e permitindo que o Pronto Atendimento Infantil concentre recursos no atendimento especializado.
“Estamos reorganizando o atendimento para priorizar as crianças mais graves no Pronto Atendimento Infantil, que possui melhor estrutura para tratamentos complexos. As UPAs complementarão esse esforço”, explicou Rosana Leite.
Com a saúde em situação de emergência há quase um ano, as medidas mostram o esforço das autoridades para evitar um colapso total. Porém, a crise aponta para a necessidade de soluções estruturais a longo prazo, capazes de enfrentar a crescente demanda por leitos e serviços de saúde.
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*Com informações Campo Grande News