Quarta, 12 de Novembro de 2025

Justiça determina busca e apreensão de e-mails de diretores da Americanas

Decisão é uma resposta a um pedido feito pelo Bradesco

27/01/2023 às 17h31
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Mensagem serão resgatadas por um período de 10 anos
Mensagem serão resgatadas por um período de 10 anos

A Justiça de São Paulo autorizou, na quinta-feira (26), a busca e apreensão de e-mails dos diretores e integrantes dos conselhos de administração e auditoria da Americanas dos últimos dez anos. A decisão é uma resposta a um pedido feito pelo Bradesco.

A medida assinada pela juíza Andréa Galhardo Palma, da 2ª Vara Regional de Competência Empresarial e de Conflitos Relacionados à Arbitragem da Justiça de São Paulo, também alcança as mensagens dos funcionários da área de contabilidade e finanças da varejista pelo mesmo período de 10 anos.

Na decisão, a juíza cita que a medida foi adotada diante do risco de destruição de mensagens que podem ajudar a esclarecer o caso.

“Diante da magnitude do fato e potencial responsabilização individual dos agentes envolvidos nas fraudes suspeitas, é razoável supor que provas relevantes e necessárias para verificar a ocorrência de fatos ilícitos correm risco de perecimento”, cita.

A juíza Andréa Galhardo Palma reconhece que a Americanas criou um comitê independente para a apuração dos fatos, mas “diante da elevada possibilidade de responsabilização individual em diversas esferas (criminal, administrativa, cível) dos agentes envolvidos com a suposta fraude, não são improváveis os riscos de destruição ou inutilização de provas documentais como ‘e-mails, ofícios, relatórios internos, etc’”.

Também foram nomeados pela juíza peritos para investigação contábil e perícia investigativa nesse caso.

Americanas informou que “aguardará ser notificada formalmente da decisão para adotar as providências cabíveis”.

Banco Bradesco

O Banco Bradesco, representado pelo escritório Warde Advogados, obteve uma importante vitória judicial contra a B2W, empresa controlada pelos bilionários Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, onde apresentaram um rombo de R$ 43 bilhões aos credores e fornecedores.

Em decisão da juíza Andréa Galhardo Palma, do Tribunal de Justiça de São Paulo, foi determinada uma auditoria forense independente, que será realizada pela empresa de auditoria Ernst & Young, uma das maiores do mercado.

A partir da auditoria, será possível apurar qual a responsabilidade dos gestores e dos próprios controladores Lemann, Sicupira e Telles, tiveram. Será possível bloquear e arrestar os bens dos responsáveis para pagamento dos credores.

O trio de "acionistas de referência" das Americanas também controla outras grandes empresas, como Ambev e Burger King, que estão sendo alvo dos credores, em razão do rombo das Americanas que, misteriosamente, não foi captada pela auditoria PwC, uma das maiores do mundo.

Em sua decisão, a juíza jusitfica a auditoria forense, alegando haver "indícios significativos de fraude contábil". Assim como o Bradesco, os trabalhadores também preparam ações contra os bilionários, que são acusados de manter seus patrimônios em "paraísos fiscais".

No caso do Bradesco, o crédito contra as Americanas supera a cifra de R$ 4 bilhões.

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