O aumento do salário mínimo em São Paulo para R$ 1.800, anunciado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), acendeu um alerta entre os caciques do Centrão. O reajuste de 40% em três anos é visto como mais do que uma medida administrativa: para lideranças do bloco, a iniciativa indica ambições que podem extrapolar a reeleição ao Palácio dos Bandeirantes em 2026, sugerindo um possível projeto presidencial.
Nos bastidores, aliados de Tarcísio brincam que o aumento do salário mínimo já seria sua principal "propaganda eleitoral" para enfrentar o presidente Lula (PT) em uma eventual disputa pelo Planalto. A medida deixou clara a diferença entre o valor estadual — 18,84% superior ao salário mínimo nacional — e reforçou a imagem do governador como a principal alternativa da direita após Jair Bolsonaro (PL) se tornar inelegível até 2030.
Embora negue publicamente a intenção de disputar a Presidência, Tarcísio é visto por aliados como o nome ideal do Centrão para liderar a direita em 2026. O cenário eleitoral tem sido desenhado com uma expectativa de que Bolsonaro não consiga reverter sua inelegibilidade no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e enfrente novas condenações, incluindo prisão no caso do inquérito do golpe.
A postura de Tarcísio também gerou desconforto em setores bolsonaristas, que esperavam mais empenho do governador em articular com o Supremo Tribunal Federal (STF) em prol do ex-presidente. Mesmo assim, sua popularidade e habilidade técnica têm consolidado apoio em outras frentes políticas.
São Paulo não é o único estado com salário mínimo regional. Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina também adotam valores diferenciados. No entanto, o reajuste paulista se destacou pela magnitude e timing político, reforçando a percepção de que Tarcísio está construindo um trunfo eleitoral.
O governador segue afirmando que sua prioridade é a reeleição em 2026, mas o aumento do salário mínimo consolidou sua posição como uma figura central na direita e um potencial adversário de Lula nas próximas eleições presidenciais.
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*Com informações Metrópoles