Em um evento carregado de simbolismo, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), fez um apelo contundente nesta terça-feira (13) por autocrítica entre os Três Poderes, ressaltando que a pacificação política do Brasil depende de um esforço conjunto e sincero de todas as esferas governamentais. O discurso ocorreu durante um fórum do grupo Lide, em Nova York, na presença do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso.
Motta foi direto ao afirmar que “não é tarefa de um único Poder harmonizar o país”. Ele defendeu que Legislativo, Executivo e Judiciário assumam suas responsabilidades e façam ajustes internos para que o diálogo prevaleça. “Cada poder tem que fazer sua autocrítica para colaborar com essa harmonia. Porque não é um só poder que vai conseguir harmonizar o país. É dialogando o Poder Legislativo, o Poder Executivo e o Poder Judiciário que conseguiremos colocar o Brasil em primeiro lugar e melhorar a vida da população”, enfatizou.
A fala do presidente da Câmara ocorre em um contexto de atritos intensos entre a Câmara e o STF. Na semana passada, a Primeira Turma do Supremo derrubou parte da decisão dos deputados que haviam suspendido a investigação contra o deputado bolsonarista Alexandre Ramagem (PL-RJ) no chamado inquérito do golpe. O episódio reforçou a percepção de um embate institucional que desgasta ainda mais a já fragilizada relação entre os Poderes.
Motta também condenou a polarização política que, segundo ele, consome energia sem resultados concretos para a sociedade. “O Brasil não pode mais viver em uma polarização política, radicalizada, que faz, muitas vezes, termos um gasto de energia com assuntos que no final do dia não produzem absolutamente nada”, criticou.
Embora tenha se dirigido aos Três Poderes, a presença de Barroso no evento adicionou um tom incisivo às declarações de Hugo Motta. O presidente da Câmara deixou claro que a harmonia não será alcançada sem ajustes internos no Judiciário, especialmente em meio às decisões do STF que frequentemente confrontam o Legislativo.
O discurso ressalta a complexidade do cenário político brasileiro, em que a busca por pacificação parece um objetivo distante, mas não menos urgente. Enquanto isso, a sociedade observa o desgaste entre os Poderes e questiona até que ponto os líderes políticos estão dispostos a colocar o Brasil em primeiro lugar.
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*Com informações Metrópoles
