Segunda, 01 de Setembro de 2025
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UPAs de Campo Grande operam com até 161% de lotação, revelando caos na saúde pública

Superlotação e estrutura insuficiente agravam crise de SRAG na capital

19/05/2025 às 09h20
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Campo Grande enfrenta uma grave crise na saúde pública devido à superlotação das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) em meio ao avanço de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) e outras doenças respiratórias. Das dez UPAs da capital, sete estão operando acima da capacidade de leitos, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SESAU).

A situação mais crítica ocorre na UPA do bairro Coronel Antonino, que dispõe de 30 leitos, mas abriga 43 pacientes, sendo 10 dependentes de oxigênio. No bairro Universitário, a ocupação alcança 29 pacientes, excedendo os 18 leitos disponíveis. Cenários semelhantes se repetem no Jardim Leblon e nas Moreninhas, onde a lotação ultrapassa 100%.

Além disso, apenas quatro UPAs oferecem exames de raio-x, necessários para acompanhar a extensão das síndromes respiratórias nos pulmões. Essa limitação agrava ainda mais a crise, especialmente nas unidades mais impactadas, como Coronel Antonino e Universitário.

Estado de emergência e medidas adotadas
Desde o dia 26 de abril, Campo Grande está sob estado de emergência em saúde por 90 dias. A secretária de saúde Rosana Leite alertou que os casos de SRAG estão crescendo “significativamente”, com alta gravidade e tempos prolongados de internação, dificultando a rotatividade nos leitos.

Como resposta, foram adotadas medidas como ampliação da vacinação contra Influenza para toda a população, obrigatoriedade de máscaras nas Unidades Básicas de Saúde e UPAs, e intensificação de campanhas educativas.

Dados preocupantes
Até a 18ª semana epidemiológica de 2025, Mato Grosso do Sul registrou 2.708 casos de SRAG e 203 óbitos relacionados à doença. Desses, 586 casos confirmados de Influenza resultaram em 68 mortes.

Apesar de Mato Grosso do Sul liderar a cobertura vacinal nacional contra a Influenza, com mais de 410 mil doses aplicadas, os grupos prioritários ainda apresentam baixa adesão, com apenas 29,89% de cobertura. A meta do Ministério da Saúde é alcançar 90%.

A situação demanda atenção contínua, tanto para ampliar a capacidade de atendimento quanto para fortalecer a adesão às medidas preventivas.

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