Em um momento que escancarou a polarização política no Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi recebido com aplausos e vaias nesta terça-feira (21) durante sua participação na Marcha em Defesa dos Municípios, em Brasília. O evento, organizado pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), evidenciou tensões latentes entre gestores municipais e o governo federal.
Ao ser anunciado, Lula enfrentou gritos de “Fora, Lula”, enquanto apoiadores reagiram com o canto de campanha “Olê, olê, olê, olá, Lula, Lula”. A divisão ecoou no auditório, marcando a estreia de Lula na marcha em seu atual mandato.
"Não estamos aqui para vaias", apela organizador
Tentando acalmar os ânimos, o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, interveio pedindo respeito às autoridades presentes. “Peço encarecidamente que não haja vaias. Aqui representamos os municípios do Brasil, e precisamos de uma postura republicana e federativa”, afirmou.
A marcha trouxe discussões urgentes, como a desoneração da folha de pagamento, a preparação para as eleições municipais e a resposta a desastres climáticos, como o ocorrido no Rio Grande do Sul. Apesar do apelo por união, o ambiente revelou um cenário de confronto político que vai além das pautas administrativas.
O simbolismo da polarização
Acompanhado por Geraldo Alckmin (PSB) e por líderes do Congresso, como Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), Lula buscou reforçar sua presença no evento após sua ausência no ano passado. Contudo, a recepção mista reflete os desafios de um governo que enfrenta resistências e tenta consolidar apoio em um ambiente político cada vez mais fragmentado.
A Marcha em Defesa dos Municípios, que tradicionalmente promove debates técnicos e institucionais, tornou-se um palco para a manifestação explícita das tensões que dividem o Brasil.
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*Com informações Metrópoles