Em menos de 24 horas, o governo de Fernando Haddad precisou engolir um recuo que revela o quanto o Ministério da Fazenda está acuado diante da reação dos agentes financeiros. A tentativa de aumentar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), anunciada na quinta-feira, sofreu revogação parcial nesta sexta, após o mercado reagir com desconfiança e o dólar disparar.
O ministro Haddad tentou minimizar o impacto da mudança, chamando-a de “medida pontual”, mas a rapidez do recuo mostra exatamente o contrário: uma equipe econômica sem firmeza para impor ajustes considerados essenciais para o equilíbrio fiscal. A taxação sobre fundos nacionais investidos no exterior, que passaria a 3,5%, foi retirada para evitar o que o próprio governo classificou como uma “mensagem equivocada”.
Com o Ibovespa em queda e a moeda americana ganhando terreno, o recuo tenta apagar o estrago, mas a sensação é de que o governo titubeia diante dos desafios de ajustar as contas públicas sem perder o controle da economia.
Enquanto o secretário-executivo Dario Durigan e o chefe da Receita Robinson Barreirinhas reforçam o discurso da “justiça tributária” e da necessidade de equilíbrio, a verdade é que a pressão do mercado expôs um governo que precisa se provar capaz de endurecer suas medidas sem recuar ao primeiro sinal de turbulência.
Este movimento de ida e volta não só abala a confiança dos investidores como também coloca em xeque o compromisso do Executivo com um arcabouço fiscal sólido e sustentável.
O desafio de manter a estabilidade sem perder o rumo continua, e o governo Haddad sabe que essa é uma partida que não pode perder.
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*Com informações Metrópoles