Durante pronunciamento no Plenário nesta terça-feira (8), o senador Chico Rodrigues (PSB-RR) criticou o projeto de lei libera jogos de azar no país ( PL 2.234/2022 ). Ele afirmou que a proposta ignora os efeitos negativos associados a esses jogos, como o endividamento, a desestruturação familiar e o aumento da criminalidade.
Rodrigues também mencionou estudos que apontam a relação entre os jogos de azar e o crescimento da ludopatia (termo usado para descrever o transtorno do jogo compulsivo), principalmente entre populações mais vulneráveis.
— As evidências sugerem que a proximidade física de cassinos e ambientes de jogos aumenta as chances de desenvolvimento do vício. Pessoas que vivem próximo a um cassino, por exemplo, têm o dobro de chances de se tornarem jogadores compulsivos, em comparação com as que vivem a mais de 16 km de distância. Esse é um estudo científico que já foi realizado nos Estados Unidos e, agora, aqui também no Brasil — declarou ele.
O senador reiterou que as populações mais carentes vêm se envolvendo cada vez mais com os jogos de azar. Prova disso, apontou ele, foi o forte comprometimento da renda daqueles que recebem recursos do Bolsa Família com esses jogos.
Rodrigues questionou o argumento de que a legalização dos jogos traria aumento na arrecadação fiscal. Segundo ele, os recursos gastos nessas apostas deixam de circular em outras áreas da economia, como o comércio e os serviços, gerando perda de receitas e de postos de trabalho.
— Os impostos que se arrecadam com a legalização dos jogos de apostas deixam de ser arrecadados em outras atividades econômicas, uma vez que a família deixa de consumir para gastar com apostas. Mesmo que houvesse um aumento da arrecadação, é crucial perguntar: até que ponto o sacrifício da saúde e do bem-estar da população pode ser justificado em nome de receitas fiscais? A longo prazo, o custo social e econômico pode superar qualquer benefício momentâneo que a legalização traga — ressaltou.