Sem ainda ter assinado a ficha de filiação, o ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB) já atua como articulador político do PL em Mato Grosso do Sul. Nos bastidores, ele se movimenta para apaziguar o clima de tensão provocado por sua chegada à legenda bolsonarista, promovendo reuniões com os principais insatisfeitos da sigla.
A primeira conversa foi com o deputado estadual João Henrique Catan, que historicamente foi um dos maiores críticos de seu governo. Em 2019, Catan chegou a classificar medidas fiscais de Azambuja como “remédio amargo” e um “péssimo presente de Natal” para os sul-mato-grossenses. Agora, o ex-governador tenta convencê-lo a permanecer no partido.
O próximo encontro deverá ser com o deputado federal Marcos Pollon, que explodiu publicamente contra a direção nacional do PL após Azambuja se reunir com o ex-presidente Jair Bolsonaro, abrindo caminho para uma possível aliança com o PSDB em Campo Grande. Na ocasião, Pollon declarou que “jamais apoiaria um tucano” e lançou-se como pré-candidato a prefeito.
Apesar da resistência, Azambuja vem adotando um discurso agregador. Após se reunir com Valdemar Costa Neto e Rogério Marinho, caciques do PL nacional, o ex-governador declarou que pretende “somar e multiplicar” dentro da sigla, e não excluir ninguém. Ele promete conversar com todos os filiados antes de formalizar sua entrada no partido.
A filiação está prevista para as próximas duas semanas e deve consolidar sua pré-candidatura ao Senado em 2026. Azambuja também articula para levar prefeitos, vereadores e deputados para fortalecer o PL regionalmente.
A missão agora é tentar pacificar as alas bolsonaristas e evitar um racha interno que pode enfraquecer o partido antes das eleições municipais de 2024 e gerais de 2026. Nos bastidores, o ex-governador já opera como líder informal da legenda, mesmo sem ter, oficialmente, mudado de partido.
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*Com informações Correio do Estado