Após mais de três meses de trabalho e mais de 50 horas de depoimentos transmitidos ao vivo pela TV Câmara, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Coletivo da Câmara Municipal de Campo Grande encerrou, nesta quarta-feira (9), a fase de oitivas. A partir de agora, os vereadores entram na etapa de análise técnica dos documentos, com previsão de conclusão do relatório final até 15 de agosto.
Na última rodada de depoimentos, prestaram esclarecimentos os secretários municipais Ednei Marcelo Miglioli (Infraestrutura), Catiana Sabadin Zamarrenho (Planejamento) e Andréa Luiza Torres (Agetran). Os vereadores cobraram informações sobre obras de mobilidade urbana, corredores de ônibus, falta de pavimentação em linhas do transporte e a precariedade nos terminais e pontos de ônibus da Capital.
De acordo com o presidente da CPI, vereador Dr. Lívio, o relatório final pretende “colocar o dedo na ferida” ao apontar responsabilidades tanto do Consórcio Guaicurus quanto da Prefeitura pela má qualidade do transporte coletivo. “Não adianta só trocar ônibus velhos, é preciso garantir infraestrutura para que o usuário tenha deslocamento com agilidade”, afirmou.
Durante a sessão, foi revelado que 57 ônibus do consórcio estão interditados por falta de inspeção da Agetran. Além disso, a cidade ainda tem 40 quilômetros de vias de ônibus sem asfalto e 70% da malha viária necessitando de recapeamento, segundo dados apresentados pelo secretário Miglioli.
A CPI também expôs que apenas R$ 37 milhões dos R$ 144 milhões do PAC Mobilidade foram executados até agora, revelando gargalos na contrapartida municipal, que precisa cobrir cerca de 40% das obras. Terminais como o do Bairro Parati e Avenida Cafezais foram cancelados, enquanto o do Tiradentes é tratado como prioridade.
Outro ponto crítico são os pontos de ônibus: dos 2.100 existentes, a maioria conta apenas com postes.
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