A cada ida ao mercado, o morador de Campo Grande percebe que o custo de vida segue implacável. Em junho de 2025, a cesta básica na Capital atingiu R$ 793,02, comprometendo mais de 56% do salário mínimo líquido de um trabalhador. É como se, em um mês inteiro, fossem necessárias quase 115 horas de trabalho apenas para garantir comida na mesa.
Mesmo com o recuo pontual nos preços de alguns alimentos, como o arroz (-4,68%) e a manteiga (-3,01%), o alívio é pouco diante das altas acumuladas em produtos essenciais. O café, por exemplo, já subiu mais de 113% em 12 meses, se tornando símbolo da pressão inflacionária que não dá trégua ao consumidor.
Outros itens como tomate (6,54% em junho), feijão e pão francês também contribuíram para o encarecimento. A banana e a farinha de trigo, embora estáveis no mês, também apresentam aumento considerável no ano.
O cenário escancara a dificuldade enfrentada por famílias de baixa renda. Para uma composição familiar comum – dois adultos e duas crianças –, o valor necessário para cobrir apenas os itens básicos de alimentação ultrapassa os R$ 2,3 mil mensais.
Apesar de Campo Grande ter uma das cestas mais "baratas" entre as capitais pesquisadas, o impacto no orçamento continua desproporcional. Em São Paulo, o custo da cesta ultrapassa R$ 880; em Aracaju, o menor valor registrado foi R$ 557. Mas em todas, a sensação é a mesma: o salário não acompanha o preço da sobrevivência.
Enquanto isso, políticas de combate à inflação seguem tímidas e o trabalhador paga a conta. O peso da alimentação continua sendo um dos principais vilões da perda de poder de compra das famílias sul-mato-grossenses — e o carrinho de supermercado segue cada vez mais vazio.
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