O governador Eduardo Riedel (PSDB) vai acionar o freio nos gastos públicos e pretende enxugar entre R$ 500 milhões e R$ 800 milhões até o fim deste ano em Mato Grosso do Sul. O plano, que será anunciado oficialmente em agosto, mira o que o tucano tem chamado de “qualidade do gasto” — uma estratégia para evitar o aumento de impostos e recuperar o equilíbrio das contas públicas.
A ordem no governo é clara: cortar onde for possível, especialmente em contratos e despesas de custeio. As secretarias já estão sendo auditadas para identificar os excessos. “Estamos fechando o desenho final”, disse o secretário de Governo, Rodrigo Perez. A previsão é que a economia ocorra entre agosto e dezembro.
O motivo da pressa é a violação do limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), rompido no primeiro quadrimestre. O Estado gastou 46,92% da receita com pessoal, acima do limite de 46,55%. O impacto: um excesso de R$ 80 milhões, que pressiona o governo a cortar ou enfrentar penalidades legais.
“Gasto cresce como unha. Tem que cortar sempre”, costuma dizer Riedel, repetindo uma máxima já incorporada à sua gestão.
Além do aperto fiscal de curto prazo, a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2026 já antecipa um cenário ainda mais delicado. O texto projeta um déficit primário de R$ 207,2 milhões, revertendo o superávit de R$ 366,2 milhões previsto para 2025 — uma virada de 156%. O governo também admite que, caso opte por aderir ao Propag (programa federal de renegociação de dívidas), gastos poderão ser congelados em pleno ano eleitoral.
Mesmo diante do desafio, Riedel descarta recorrer ao aumento de tributos. “Não se pode jogar nas costas da população o custo da máquina pública”, afirmou o governador, que aposta na eficiência e na reorganização fiscal para manter a capacidade de investimento.
A meta, segundo ele, é preservar a confiança dos investidores e garantir que Mato Grosso do Sul continue recebendo recursos para grandes obras e projetos de infraestrutura.
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*Com informações Correio do Estado