O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), promove nesta terça-feira (16) uma reunião emergencial com empresários e o principal diplomata dos Estados Unidos no Brasil, numa tentativa de estancar a crise causada pelo tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros anunciado por Donald Trump. O gesto ocorre após dias de pressão do setor produtivo paulista e críticas crescentes sobre o apoio silencioso de Tarcísio à medida.
O encontro no Palácio dos Bandeirantes reunirá ao menos 15 empresários e Gabriel Escobar, encarregado de negócios dos EUA, que deverá ouvir os impactos da sanção americana sobre empresas que operam no Brasil. A expectativa dos aliados do governador é de que a mobilização leve a um eventual recuo de Washington, diante da reação negativa no meio empresarial.
Em paralelo, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) lidera, em Brasília, a resposta oficial do governo federal. Ele coordena reuniões com representantes da indústria e do agronegócio — setores diretamente afetados pelas tarifas — com o objetivo de alinhar medidas de reação articuladas entre o Planalto e o mercado.
A crise expôs fissuras políticas e ideológicas. Enquanto o governo Lula responsabiliza o bolsonarismo por incentivar retaliações dos EUA como estratégia de confronto geopolítico e proteção a Jair Bolsonaro, os aliados do ex-presidente tentam imputar os danos econômicos ao petismo e à aproximação com o Brics.
No epicentro desse embate, Tarcísio tenta se reposicionar. Visto como um possível nome da direita para 2026, ele agora precisa lidar com o desgaste junto ao empresariado e ao eleitorado, diante de uma sanção que pode destruir mais de 100 mil empregos, segundo projeções da CNI (Confederação Nacional da Indústria).
O embate desta terça não será apenas comercial — será político. O Planalto tenta se mostrar firme diante de Washington, enquanto nomes da direita liberal, antes entusiastas de Trump, agora medem o custo real dessa aliança.
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*Com informações Veja