Quarta, 30 de Julho de 2025

Tarcísio corre para conter crise após apoiar tarifa de Trump que ameaça 110 mil empregos no Brasil

Governador paulista tenta se reposicionar diante da pressão de empresários, enquanto Alckmin lidera reação oficial em Brasília

15/07/2025 às 10h49
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), promove nesta terça-feira (16) uma reunião emergencial com empresários e o principal diplomata dos Estados Unidos no Brasil, numa tentativa de estancar a crise causada pelo tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros anunciado por Donald Trump. O gesto ocorre após dias de pressão do setor produtivo paulista e críticas crescentes sobre o apoio silencioso de Tarcísio à medida.

O encontro no Palácio dos Bandeirantes reunirá ao menos 15 empresários e Gabriel Escobar, encarregado de negócios dos EUA, que deverá ouvir os impactos da sanção americana sobre empresas que operam no Brasil. A expectativa dos aliados do governador é de que a mobilização leve a um eventual recuo de Washington, diante da reação negativa no meio empresarial.

Em paralelo, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) lidera, em Brasília, a resposta oficial do governo federal. Ele coordena reuniões com representantes da indústria e do agronegócio — setores diretamente afetados pelas tarifas — com o objetivo de alinhar medidas de reação articuladas entre o Planalto e o mercado.

A crise expôs fissuras políticas e ideológicas. Enquanto o governo Lula responsabiliza o bolsonarismo por incentivar retaliações dos EUA como estratégia de confronto geopolítico e proteção a Jair Bolsonaro, os aliados do ex-presidente tentam imputar os danos econômicos ao petismo e à aproximação com o Brics.

No epicentro desse embate, Tarcísio tenta se reposicionar. Visto como um possível nome da direita para 2026, ele agora precisa lidar com o desgaste junto ao empresariado e ao eleitorado, diante de uma sanção que pode destruir mais de 100 mil empregos, segundo projeções da CNI (Confederação Nacional da Indústria).

O embate desta terça não será apenas comercial — será político. O Planalto tenta se mostrar firme diante de Washington, enquanto nomes da direita liberal, antes entusiastas de Trump, agora medem o custo real dessa aliança.

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*Com informações Veja

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