Pressionados pela reação internacional, os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidiram congelar o projeto de anistia ou redução de penas dos envolvidos nos atos antidemocráticos do 8 de Janeiro. A medida ocorre logo após o anúncio de um tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos a todos os produtos brasileiros, a partir de 1º de agosto de 2025.
A decisão, vista como uma tentativa de blindar o Legislativo de parecer conivente com pressões externas, vem em meio à justificativa apresentada pelo presidente americano Donald Trump. Ao comunicar as tarifas, Trump afirmou que uma das motivações foi a “caça às bruxas” contra Jair Bolsonaro e seus aliados, acusados de tentativa de golpe de Estado.
Diante desse cenário, Alcolumbre e Motta avaliaram que avançar com qualquer medida de anistia agora seria interpretado como um ato de submissão ao governo dos EUA. A ordem, portanto, é travar o projeto durante o recesso parlamentar, que começa nesta sexta-feira (18).
O tema deve voltar ao debate apenas em agosto, dependendo da evolução das negociações entre os dois países. Nos bastidores, líderes do Congresso reconhecem que o clima político é sensível e qualquer movimentação em prol dos condenados do 8 de Janeiro poderia minar a imagem de soberania nacional.
Por ora, o recuo é visto como estratégico, mas expõe a dificuldade do Congresso em lidar com o desgaste internacional causado pela radicalização interna. A tentativa de anistia, que vinha ganhando força entre aliados de Bolsonaro, enfrenta agora uma nova barreira: o peso geopolítico de uma retaliação econômica.
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*Com informações Poder 360
