O governo brasileiro oficializou nesta quarta-feira (16) sua insatisfação com o tarifaço de 50% imposto por Donald Trump às exportações nacionais. Em uma carta contundente enviada na véspera à Casa Branca, assinada por Geraldo Alckmin e Mauro Vieira, o Planalto cobra uma resposta urgente dos Estados Unidos e pressiona por uma saída negociada até o dia 31 de julho — sob pena de retaliação comercial.
O documento, direcionado ao secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, e ao representante de Comércio Jamieson Greer, classifica como “indignante” a imposição unilateral das tarifas, alertando para os riscos de ruptura econômica entre os países.
“A medida coloca em xeque uma parceria histórica e afeta diretamente setores cruciais para ambas as economias”, diz um trecho da correspondência diplomática.
No texto, o Brasil afirma ter enviado previamente uma minuta de proposta com áreas possíveis de negociação e exige manifestação imediata da administração Trump, para evitar agravamento do conflito comercial.
Enquanto aguarda uma sinalização dos norte-americanos, o governo brasileiro articula com representantes da indústria e do agronegócio formas de mitigar os efeitos do tarifaço, que impacta diretamente 12% das exportações nacionais. Produtos como petróleo, aço, celulose, carne bovina e aeronaves estão entre os mais prejudicados.
A orientação do Planalto é tentar reverter totalmente as tarifas antes de agosto, descartando por ora o pedido de prorrogação. Caso não haja avanço, Lula cogita acionar o princípio da reciprocidade, o que pode acirrar ainda mais a tensão com Washington.
Dentre os 24 países e blocos afetados pelas novas taxações unilaterais dos EUA, o Brasil foi o mais atingido. A alíquota de 50% imposta por Trump é superior às aplicadas sobre o Canadá (35%), União Europeia (30%) e Japão (25%).
Em tom de urgência, o governo brasileiro reforça na carta que continua disposto a negociar, mas não aceitará calado o que classifica como uma agressão direta à soberania econômica nacional.
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*Com informações Metrópoles