O ex-governador André Puccinelli (MDB) decidiu bater de frente com a estratégia eleitoral traçada por Reinaldo Azambuja e Eduardo Riedel, principais líderes do PSDB em Mato Grosso do Sul. Contrariado com o plano tucano de restringir a disputa proporcional a apenas três chapas — PL, PP e um terceiro partido — Puccinelli reagiu: o MDB não aceitará ser deixado de lado e já prepara candidaturas próprias.
Enquanto Reinaldo articula sua ida ao PL e Riedel se encaminha para o PP, o MDB foi empurrado para a periferia do projeto, sendo cogitado apenas dentro de uma federação ainda incerta com Republicanos e PSDB. Puccinelli, porém, rejeita qualquer imposição. “Com ou sem federação, o MDB terá chapa própria para federal e estadual. Não estamos subordinados ao cronograma tucano”, afirmou.
A declaração do emedebista revela o desgaste na aliança firmada após as eleições de 2022, quando Puccinelli e Simone Tebet selaram uma trégua para apoiar a reeleição de Riedel e a futura candidatura de Reinaldo ao Senado. Agora, o recado é claro: se não houver espaço real de protagonismo, o MDB pode seguir caminho próprio — inclusive com candidatura majoritária independente.
A tensão é agravada pela possível saída do deputado Márcio Fernandes, que já sinalizou intenção de deixar o MDB na janela partidária para seguir com Reinaldo e Riedel. Mesmo assim, Puccinelli não recua e reafirma que o partido continuará com seu projeto, mesmo diante da debandada de aliados históricos.
Nos bastidores, cresce a avaliação de que o MDB, por não representar risco imediato ao projeto de reeleição de Riedel, teria sido deixado de lado pelos tucanos. Agora, Puccinelli quer mostrar que o partido ainda tem musculatura — e que não aceitará papel de coadjuvante. A crise, até aqui velada, ameaça se transformar em ruptura definitiva nos próximos meses.
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*Com informações Investiga MS
