Segunda, 01 de Setembro de 2025
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Lula desafia Congresso: veta aumento de deputados e retoma IOF, mas joga crise para o Legislativo em recesso

Presidente abandona o tom moderado, barra medida impopular e tenta se blindar enquanto Congresso é pressionado pela opinião pública

17/07/2025 às 09h05
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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Em um movimento calculado para ganhar fôlego político e transferir o desgaste ao Congresso Nacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vetou, nesta quinta-feira (17), o aumento no número de deputados federais de 513 para 531. A decisão ocorre logo após o governo conseguir reverter parte do decreto sobre o reajuste do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que havia sido derrubado pelo Legislativo.

A medida marca uma guinada de Lula, que deixou de lado o discurso conciliador para emparedar o Congresso, aproveitando-se do momento em que deputados e senadores enfrentam forte desgaste público. O veto ocorre justamente quando a Câmara e o Senado funcionam em regime de home office e se aproximam do recesso parlamentar — o que impede reação imediata.

Para o Planalto, a sequência de embates — da conta de luz à taxação de fundos exclusivos — fortaleceu o discurso do governo contra o Centrão. Segundo aliados, Lula avalia que, ao vetar o aumento de parlamentares, ganha popularidade e força o Legislativo a assumir sozinho o ônus da impopularidade.

Ainda que tenha sido aconselhado por sua base a se omitir e deixar o projeto ser promulgado sem sua assinatura, Lula optou por se posicionar. A leitura interna é de que o momento favorece a estratégia de confronto com o Congresso, que, mesmo defendendo cortes, aprova medidas que incham a máquina pública — como o aumento de deputados.

O Palácio do Planalto, no entanto, admite riscos. O veto pode afetar a tramitação de projetos de interesse do governo, como a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, prevista para ser votada no segundo semestre. Ainda assim, Lula preferiu comprar a briga e tentar capitalizar politicamente.

Com o veto, o presidente devolve o desgaste à cúpula do Legislativo e obriga deputados e senadores a decidir se bancarão, sozinhos, a impopular proposta em uma futura sessão para derrubar a decisão do Executivo. Até lá, Lula tenta consolidar seu “paraíso astral” e deixar o Congresso como o único vilão da vez.

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*Com informações Metrópoles

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