
A operação deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (18), por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pode ter impacto direto na cena política de Mato Grosso do Sul. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi alvo de mandados de busca e apreensão e teve medidas cautelares impostas, como uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e proibição de uso de redes sociais e contato com diplomatas — inclusive com o próprio filho, Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos.
Além do abalo nacional, as restrições judiciais impõem um revés à articulação do Partido Liberal em Mato Grosso do Sul, que esperava contar com Bolsonaro em um ato político no dia 15 de agosto. A presença do ex-presidente era aguardada para formalizar a filiação do ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB) ao PL e dar posse a ele como novo presidente estadual da legenda.
O atual presidente do PL em MS, Tenente Portela, vinha liderando as conversas com Bolsonaro e articulando o evento, que reuniria aliados políticos e marcaria uma nova fase da legenda no Estado. Com a crise política e jurídica envolvendo o ex-presidente, a agenda corre sério risco de ser cancelada ou adiada.
O momento também é agravado pela crise econômica desencadeada após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar a taxação de 50% sobre produtos brasileiros. O republicano justificou a decisão alegando injustiças cometidas contra Bolsonaro no Brasil — evidenciando o peso internacional das disputas políticas internas.
Caso não consiga participar do evento, Bolsonaro deixará um vazio simbólico na reconfiguração do PL sul-mato-grossense. A ausência pode enfraquecer o impacto político da filiação de Reinaldo Azambuja, que já vinha sendo vista como um movimento estratégico de peso para as eleições municipais e estaduais de 2026.
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*Com informações Investiga MS