A nova ofensiva do ministro Alexandre de Moraes contra Jair Bolsonaro (PL) provocou uma onda de indignação entre congressistas da oposição ao governo Lula (PT). Nesta sexta-feira (18), a Polícia Federal, por ordem de Moraes, realizou mandados de busca e apreensão contra o ex-presidente e impôs duras medidas restritivas, como o uso obrigatório de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar das 19h às 7h, proibição de uso de redes sociais e impedimento de contato com diplomatas e outros réus.
Para opositores, as medidas representam um atentado direto ao Estado Democrático de Direito. O senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente nacional do Progressistas, afirmou que Bolsonaro está sendo “punido antes mesmo de ser condenado” e que “jamais representou qualquer ameaça à sociedade”. “Dezenas de milhões de brasileiros irão dormir com a sensação de que o presidente Bolsonaro merece mais, e não menos, apoio”, escreveu.
O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), foi ainda mais direto: “Isso não é justiça. É censura. É a tentativa desesperada de calar quem ainda representa milhões”. Já o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) classificou as medidas como “desproporcionais” e alertou para possíveis reações diplomáticas. “Essa decisão pode ampliar retaliações dos EUA contra o Brasil”, disse, em referência à recente sobretaxa de 50% imposta por Washington a produtos brasileiros.
A oposição na Câmara divulgou nota conjunta condenando a operação e chamando atenção para a condição física de Bolsonaro. “Ele é um homem idoso, com graves problemas de saúde e sem qualquer risco de fuga — inclusive já teve o passaporte retido. O que se busca, claramente, não é justiça, mas a eliminação da figura política do maior líder da direita da América Latina.”
Os mandados foram cumpridos em Brasília, na residência do ex-presidente e em endereços ligados ao PL. Bolsonaro é réu em ação penal que investiga a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. No entanto, oposicionistas alertam que a Justiça está sendo instrumentalizada para afastar do debate político aquele que continua sendo uma das maiores forças eleitorais do país.
A operação reforça a percepção de que o embate entre o Supremo Tribunal Federal e o ex-presidente ganhou contornos cada vez mais pessoais — e políticos. Para aliados, o objetivo não é a punição de supostos crimes, mas o silenciamento de uma voz incômoda à esquerda brasileira.
Receba as principais notícias do Brasil pelo WhatsApp. Clique aqui para entrar na lista VIP do WK Notícias.
*Com informações Poder 360