A segurança dos pacientes em procedimentos estéticos é uma preocupação central para a comunidade médica, e a anestesia desempenha um papel crucial nesse cenário. Recentemente, a cirurgiã plástica Dra. Anike Brilhante abordou o tema, esclarecendo dúvidas e desmistificando concepções equivocadas sobre os diferentes tipos de anestesia utilizados em cirurgias plásticas e, principalmente, reforçando a segurança desses procedimentos quando realizados por profissionais qualificados e em ambientes adequados. Em um levantamento recente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), constatou-se que a incidência de complicações graves relacionadas à anestesia em cirurgias estéticas é extremamente baixa, corroborando a evolução das técnicas e dos protocolos de segurança empregados na atualidade.
"A segurança do paciente é a nossa prioridade máxima, e a anestesia desempenha um papel fundamental nisso", afirma Dra. Anike. Ela explica que a escolha do tipo de anestesia não é aleatória; ela é criteriosamente definida com base em diversos fatores, incluindo o tipo de procedimento, a duração esperada, as condições de saúde do paciente e, claro, a avaliação do anestesiologista. "É um trabalho em equipe. O cirurgião, o paciente e o anestesiologista precisam estar em total sintonia para garantir o melhor resultado e a maior segurança", ressalta.
Tipos de anestesia mais utilizados:
Dra. Anike detalha os principais tipos de anestesia empregados em cirurgia plástica:
"A anestesia local é utilizada para procedimentos menores, de curta duração e que envolvem uma área restrita do corpo", explica a Dra. Brilhante. Ela é aplicada diretamente no local da incisão, bloqueando a sensação de dor apenas naquela região. O paciente permanece acordado e consciente durante todo o procedimento. "É comum em pequenas cirurgias, como a blefaroplastia (cirurgia de pálpebras) ou a remoção de pequenas lesões de pele", exemplifica.
Este é um dos tipos mais populares em cirurgia plástica, segundo a Dra. Anike. "Neste caso, além da anestesia local para o bloqueio da dor na área operada, administramos um sedativo que induz um estado de relaxamento e sonolência ao paciente", explica. O paciente não está completamente desacordado como na anestesia geral, mas fica em um estado de "sono leve", sem sentir dor ou ansiedade. "É muito utilizada em procedimentos como a lipoaspiração de pequenas áreas, mamoplastias menores ou cirurgias faciais", comenta. A Dra. Anike destaca que a principal vantagem é a recuperação mais rápida e o menor risco de náuseas pós-operatórias.
A anestesia regional bloqueia a sensação de dor em uma parte maior do corpo, sem que o paciente perca a consciência, a menos que seja combinada com sedação. A Dra. Anike detalha duas de suas formas mais comuns:
- Bloqueio periférico: "Aqui, o anestesista injeta o anestésico em torno de um nervo ou grupo de nervos, bloqueando a sensação de uma área específica", afirma. É menos comum em cirurgia plástica estética, mas pode ser usada em alguns casos.
- Raquianestesia/epidural: "Esses são os chamados 'bloqueios na coluna'. A raquianestesia injeta o anestésico diretamente no líquido cefalorraquidiano, proporcionando um bloqueio rápido e intenso da cintura para baixo. A epidural, por sua vez, injeta o anestésico no espaço epidural, que rodeia a medula espinhal, permitindo um controle mais prolongado da dor", elucida a cirurgiã. Esses tipos de anestesia são frequentemente empregados em abdominoplastias e lipoaspirações de grande volume, especialmente quando combinadas com sedação para o conforto do paciente.
"A anestesia geral é o tipo de anestesia mais abrangente, onde o paciente está completamente inconsciente e sem nenhuma percepção de dor ou do ambiente ao redor", explica a Dra. Anike. Durante a anestesia geral, o anestesiologista monitora constantemente os sinais vitais do paciente, como batimentos cardíacos, pressão arterial e oxigenação. "É a escolha para cirurgias mais longas, complexas ou que envolvem grandes áreas do corpo, como a combinação de procedimentos (lipoabdominoplastia), ou quando o paciente tem uma grande ansiedade em relação ao procedimento", aponta. Ela reforça que, apesar de ser a modalidade que mais gera apreensão, a anestesia geral moderna é extremamente segura, com riscos muito baixos, especialmente quando administrada por um profissional qualificado e em ambiente hospitalar.
A consulta com o anestesiologista: Um passo crucial
A Dra. Anike Brilhante faz questão de frisar a importância da consulta pré-anestésica. "Momentos antes da cirurgia, o paciente se encontra com o anestesiologista. Este é o momento para tirar todas as dúvidas, informar sobre histórico de saúde, alergias, medicações em uso e cirurgias anteriores", enfatiza. Essa consulta permite ao anestesiologista avaliar o perfil de saúde do paciente, discutir as opções de anestesia e decidir qual a mais segura e adequada para o caso específico. "É uma oportunidade para o paciente se sentir ainda mais seguro e tranquilo em relação ao procedimento", conclui a Dra. Anike.
A escolha da anestesia é um dos muitos detalhes que garantem a segurança na cirurgia plástica. Com a orientação de profissionais experientes, os pacientes podem se sentir mais confiantes e bem informados para embarcar em sua jornada de transformação estética.