Terça, 04 de Novembro de 2025

Haddad reage a tarifaço de Trump e promete plano de contingência: “Brasil não sairá da mesa”

Ministro da Fazenda denuncia retaliação política dos EUA por causa de Bolsonaro e afirma que governo Lula está preparado para enfrentar “agressão externa injustificável”

21/07/2025 às 09h33
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (21) que o governo brasileiro está pronto para reagir com firmeza à decisão do governo dos Estados Unidos, comandado por Donald Trump, de impor uma tarifa comercial de 50% sobre todos os produtos exportados pelo Brasil. A medida, anunciada como retaliação ao que Trump classificou como "abusos do Judiciário brasileiro" contra Jair Bolsonaro, entra em vigor no próximo dia 1º de agosto.

Durante entrevista à Rádio CBN, Haddad afirmou que o governo federal, por orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não abandonará as negociações diplomáticas. “O Brasil não vai sair da mesa de negociação. A determinação do presidente Lula é que nós continuemos engajados permanentemente”, afirmou o ministro, revelando que já foram enviadas duas cartas ao governo norte-americano, uma em maio e outra na última semana.

A decisão de Trump, amplamente criticada por setores da diplomacia e da economia, é vista pelo governo como uma retaliação com forte conotação ideológica e pessoal. Haddad não hesitou ao associar a medida à relação entre Trump e Bolsonaro. “Por mais que se procure explicação para o que aconteceu, o que sobra é a questão individual da relação do Trump com o Bolsonaro”, afirmou.

O ministro também destacou que o Brasil vem construindo um plano de contingência para apoiar setores econômicos afetados pela taxação, especialmente aqueles com relações históricas com os Estados Unidos. “Pode ser que tenhamos de recorrer a instrumentos de apoio a setores que estão sendo afetados injustamente”, explicou, ao lembrar que a reação brasileira pode ser adotada mesmo sem novos gastos primários.

Haddad alertou ainda para a gravidade geopolítica da situação: “O país todo tem de estar muito consciente do que está ocorrendo. É hora da unidade nacional. Há uma força política de extrema-direita no Brasil que está concorrendo contra os interesses do país”.

Ele também comparou a situação brasileira com a de outros países fundadores do Brics, como China e Índia, cujas exportações à Rússia aumentaram mesmo com sanções ocidentais, mas que não sofreram retaliações tarifárias tão pesadas quanto o Brasil.

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