Quarta, 23 de Julho de 2025

Simone e Puccinelli na berlinda: MDB fora da chapa de Riedel pode incendiar eleições

Afastamento do MDB da base tucana evidencia fissuras internas e pode redefinir alianças no tabuleiro político de Mato Grosso do Su

22/07/2025 às 08h36
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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A estratégia tucana de concentrar a chapa majoritária de 2026 em Mato Grosso do Sul em apenas três partidos — PSDB, PL e PP — está provocando ruídos internos e pode causar um racha irreversível no MDB. O grupo liderado pelo ex-governador André Puccinelli já se movimenta nos bastidores para romper com a aliança costurada por Eduardo Riedel e Reinaldo Azambuja, ameaçando lançar uma candidatura própria ao Governo do Estado ou ao Senado.

A exclusão do MDB da aliança — mesmo após o partido ter cumprido sua parte no acordo pós-eleição de 2022 — acendeu o sinal de alerta. O deputado federal Vander Loubet (PT) já iniciou conversas com lideranças emedebistas e pretende buscar um entendimento com a senadora Simone Tebet, atual ministra de Lula, e com o próprio Puccinelli, em uma tentativa clara de formar um bloco de oposição à hegemonia tucana no Estado.

Internamente, o MDB vive um impasse: Simone defende apoio à reeleição de Lula, enquanto Puccinelli rejeita qualquer aproximação com o petismo. Mesmo assim, ambos podem ser atropelados pela articulação nacional do partido, que avalia intervir no diretório estadual para viabilizar uma candidatura de Tebet ao Senado com apoio lulista.

Ao se verem fora da chapa tucana, as lideranças emedebistas já dão sinais de insatisfação. Puccinelli, que controlava o partido no Estado, avisou que não ficará sem palanque, e deixou claro que, se necessário, buscará outro caminho. Nos bastidores, fala-se até em uma reedição da candidatura ao governo, caso o MDB não seja absorvido pela coligação principal.

O que era para ser uma união costurada em 2022 virou um campo minado. A conciliação entre Simone e Puccinelli — feita após uma eleição marcada por mágoas mútuas — pode ruir caso o PSDB mantenha o MDB fora da mesa. Com isso, o que se avizinha é um cenário de fragmentação, em que alianças antes improváveis entre MDB e PT podem ganhar força em nome da sobrevivência política.

Se a exclusão se confirmar, Riedel e Reinaldo podem ter aberto a porta para o surgimento de um novo polo de poder no Estado — e com ele, uma eleição mais imprevisível do que o esperado.

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*Com informações Investiga MS

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