O ex-governador Reinaldo Azambuja está prestes a formalizar sua entrada no Partido Liberal (PL) em Mato Grosso do Sul, mas já deixa claro que não pretende ser um simples porta-voz das pautas do ex-presidente Jair Bolsonaro. Com uma negociação que garantiu autonomia para comandar as decisões locais, Reinaldo tem construído uma estratégia que prioriza a força do seu grupo político e minimiza o protagonismo direto do bolsonarismo.
Enquanto o círculo mais próximo de Bolsonaro se movimenta para enfrentar temas como as tarifas dos EUA e as restrições impostas ao ex-presidente, Reinaldo opta por manter o silêncio, mostrando que pretende trilhar um caminho próprio dentro da legenda. A prioridade do ex-governador é evitar divisões internas e fortalecer sua base, sobretudo em relação à candidatura ao Senado.
Com a chegada de Reinaldo, a candidatura da pré-candidata Gianni Nogueira, indicada por Bolsonaro, perde espaço, consolidando o ex-governador como o principal nome do PL para a disputa majoritária. A movimentação evidencia um rearranjo das forças no partido, com o grupo de Reinaldo e do governador Eduardo Riedel apostando em uma candidatura única para evitar conflitos que possam enfraquecer a legenda nas eleições de 2026.
Apesar do compromisso firmado com Bolsonaro no ano passado, que envolvia apoio à candidatura tucana em Campo Grande, a filiação de Reinaldo ao PL sofreu atrasos e deve ser oficializada apenas em agosto, após um processo interno que gerou resistência em uma ala local do partido. Essa corrente chegou a sugerir o nome do deputado João Henrique Catan para disputar o governo, mas a ideia não prosperou diante do peso político do grupo de Reinaldo e Riedel.
O ex-governador ainda tentou atrair o senador Nelsinho Trad para o PL, mas Bolsonaro manteve a rigidez sobre o acordo inicial. A atual direção do PL em Mato Grosso do Sul, liderada pelo Tenente Portela, já iniciou a transição de comando para Reinaldo, que deve assumir o controle pleno da sigla no Estado.
A movimentação política deixa claro que, mesmo sob a bandeira do PL, Reinaldo Azambuja pretende manter sua independência e consolidar um projeto eleitoral alinhado com sua base regional, marcando uma nova fase na política sul-mato-grossense longe do domínio absoluto das pautas bolsonaristas.
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*Com informações Investiga MS