A inércia do governo Lula diante da ameaça de um tarifaço de 50% imposto por Donald Trump aos produtos brasileiros acendeu o alerta nos estados. Governadores de ao menos quatro unidades da federação resolveram agir por conta própria para proteger suas empresas exportadoras, diante da ausência de medidas concretas do Planalto.
O pioneiro foi Ronaldo Caiado (União), de Goiás, que lançou um pacote robusto com linha de crédito subsidiada para evitar demissões. Com juros anuais abaixo de 10%, o financiamento será garantido por créditos de ICMS e deve movimentar cerca de R$ 628 milhões. A contrapartida exigida é clara: manutenção dos empregos.
Logo depois, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, liberou R$ 200 milhões para ajudar os exportadores paulistas. As condições são agressivas: juros a partir de 0,27% ao mês, carência de até um ano e prazos que chegam a 60 meses, com limite de até R$ 20 milhões por cliente.
No Rio de Janeiro, o governador Cláudio Castro (PL) ainda não lançou um programa, mas criou um grupo de trabalho que já iniciou os estudos para conter os impactos do tarifaço. A intenção, segundo o Palácio Guanabara, é oferecer uma resposta rápida à crise iminente.
Até mesmo um aliado do governo federal, o governador Renato Casagrande (PSB), do Espírito Santo, resolveu se mexer. Ele confirmou à CNN que criou um comitê específico para debater com o setor produtivo e buscar soluções como linhas de crédito e medidas tributárias para proteger a economia capixaba.
A movimentação dos governadores escancara o vácuo de liderança do governo Lula num momento crítico para o comércio exterior. Enquanto os estados correm para salvar empregos e empresas, o silêncio de Brasília é cada vez mais ensurdecedor.
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*Com informações CNN