As recentes decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) revelaram fissuras profundas tanto dentro da própria Corte quanto na Câmara dos Deputados. Em votação apertada da Primeira Turma do STF, quatro ministros mantiveram as medidas cautelares contra Bolsonaro — incluindo o uso de tornozeleira eletrônica — enquanto Luiz Fux destoou do grupo, afirmando que não há provas concretas de risco de fuga e que as restrições violam direitos fundamentais.
Fux, único com visto americano mantido, tem sido visto pelas defesas dos investigados como um possível voto de absolvição e se consolidado como contraponto a Alexandre de Moraes. Já votou contra a competência do STF em casos do 8 de janeiro e criticou penas consideradas exageradas, mas suas divergências, até agora, têm surtido pouco efeito prático.
O impacto das decisões do STF também provocou uma crise institucional no Congresso. Mesmo durante o recesso informal, parlamentares do PL tentaram manter as comissões em funcionamento para votar moções de apoio a Bolsonaro, mas foram barrados por uma ordem direta do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). A atitude revoltou aliados de Bolsonaro, como Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que acusou Motta de agir de forma antirregimental.
A obstrução atrapalha a articulação do PL para pautar projetos de anistia e limitar o poder do STF. Além disso, cresce a pressão para manter o mandato de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), licenciado até domingo. A perda do cargo pode comprometer seu prestígio internacional e sua força política — o que o PT tenta acelerar via Judiciário.
Nos bastidores, o clima é de guerra declarada entre o bolsonarismo, o Supremo e setores da centro-direita. Com a tornozeleira no centro da polêmica, o STF parece cada vez mais dividido — e o Congresso, mais conflagrado.
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*Com informações CNN