Segunda, 28 de Julho de 2025

Pollon desafia STF e diz que tarifa de Trump só cai se Bolsonaro for solto

Deputado diz que missão de senadores nos EUA “não vai dar em nada” e afirma que solução para o tarifaço de 50% passa por libertar os “presos políticos” no Brasil

28/07/2025 às 10h32
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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O deputado federal Marcos Pollon (PL-MS) não acredita que a comitiva de senadores brasileiros em Washington conseguirá reverter a tarifa de 50% imposta pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre os produtos brasileiros. Segundo o parlamentar, a única forma de reabrir diálogo com os norte-americanos passa por um recuo do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Sem anistia, sem conversa. Para ter conversa, é só soltar os presos políticos”, disparou Pollon em publicação nas redes sociais. A fala do deputado reflete o ceticismo crescente entre aliados bolsonaristas sobre os reais efeitos da chamada “missão diplomática” que está em solo americano tentando evitar o impacto econômico do tarifaço.

A delegação, composta por oito senadores — entre eles os sul-mato-grossenses Tereza Cristina (PP) e Nelsinho Trad (PSD) — iniciou as atividades oficiais nesta segunda-feira (28), com reuniões na Embaixada do Brasil em Washington e encontros com representantes da Câmara de Comércio dos EUA.

Apesar da mobilização, a própria família Bolsonaro se mostra descrente. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) classificou a viagem como “infrutífera” e acusou os senadores de ignorarem a verdadeira exigência de Trump. “Trata-se de um gesto de desrespeito à clareza da carta do Presidente Trump, que foi explícito ao apontar os caminhos que o Brasil deve percorrer internamente para restaurar a normalidade democrática”, escreveu.

A alta taxa imposta por Trump há quase um mês foi interpretada por aliados do ex-presidente brasileiro como uma forma de pressionar o STF, após o ministro Alexandre de Moraes determinar o uso de tornozeleira eletrônica a Bolsonaro. Na mesma ocasião, Trump revogou os vistos de ministros da Corte brasileira — em um gesto sem precedentes na diplomacia entre os dois países.

Coordenador da missão nos EUA, o senador Nelsinho Trad tentou adotar um tom mais diplomático. “A preparação é fundamental para garantir uma atuação coesa, institucional e estratégica em nome do Brasil”, declarou, tentando amenizar as críticas de que a comitiva age de forma descolada da realidade política brasileira.

Além dos senadores de Mato Grosso do Sul, integram a missão Jaques Wagner (PT-BA), Rogério Carvalho (PT-SE), Marcos Pontes (PL-SP), Carlos Viana (Podemos-MG), Fernando Farias (MDB-AL) e Esperidião Amin (PP-SC).

A crise gerada pela tarifa americana escancarou o impasse entre a política interna brasileira e os reflexos internacionais das decisões do STF. Para Marcos Pollon e outros aliados de Bolsonaro, a solução não está em Washington — mas em Brasília.

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*Com informações Midiamax

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