Durante missão oficial nos Estados Unidos, a senadora Tereza Cristina (PP-MS) defendeu que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ligue para o presidente americano Donald Trump com urgência para negociar o fim das novas tarifas impostas aos produtos brasileiros. A medida, que ameaça exportações e pode impactar diversos setores econômicos, é alvo de uma comitiva de senadores que tenta restabelecer o diálogo entre os dois países.
“O presidente Lula deveria ligar sim para o presidente Trump. Aliás, já passou da hora. O Brasil não pode ser refém do populismo e da vaidade de quem governa”, afirmou a senadora em publicação nas redes sociais. Ela integra a comitiva parlamentar formada para dialogar com autoridades e empresários norte-americanos em busca de uma solução para o "tarifaço".
Além de Tereza Cristina, outro sul-mato-grossense, Nelsinho Trad (PSD-MS), também faz parte do grupo e preside a missão. A comitiva é composta ainda pelos senadores Jaques Wagner (PT), Fernando Farias (MDB), e tem como suplentes Marcos Pontes (PL), Esperidião Amin (PP), Rogério Carvalho (PT) e Carlos Viana (Podemos).
Tereza ressaltou que a função do grupo não é negociar diretamente com o governo americano, mas sim criar um ambiente de entendimento que favoreça os interesses do Brasil. “Nossa missão é fomentar a reaproximação entre o Brasil e Estados Unidos. Não cabe ao Senado negociar, mas sim buscar o clima de entendimento para proteger os brasileiros, pois as tarifas irão prejudicar todos, sem exceção”, declarou.
A iniciativa, no entanto, enfrenta resistência do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que também está nos Estados Unidos. Em entrevista recente, ele criticou a comitiva e afirmou que é contra qualquer tentativa de acordo que envolva concessões. “Eu sei o que é certo. Não é dar 17 anos de cadeia para velhinhas. Eu quero é a liberdade destas pessoas... O meio termo é oito anos, cinco anos. Esses políticos só se movem quando atinge o bolso de seus financiadores”, declarou, em referência às prisões de manifestantes bolsonaristas.
O impasse escancara a divisão entre os setores da direita brasileira quanto à estratégia diplomática diante da postura de Trump. Enquanto Tereza Cristina defende a articulação institucional para proteger a economia, Eduardo Bolsonaro prioriza um discurso ideológico, mesmo diante dos prejuízos comerciais.
A missão continua nos próximos dias, com encontros previstos com representantes do setor produtivo norte-americano. A expectativa é de que a pressão política e institucional contribua para o recuo das tarifas impostas à exportação brasileira.
Receba as principais notícias do Brasil pelo WhatsApp. Clique aqui para entrar na lista VIP do WK Notícias e siga nossas redes sociais.
*Com informações Investiga MS