Apesar do discurso público centrado na defesa da soberania nacional, integrantes do governo Lula (PT) já demonstram preocupação nos bastidores com os efeitos econômicos devastadores do tarifaço prometido por Donald Trump, caso ele retorne à presidência dos Estados Unidos.
A medida, que deve começar a vigorar a partir de 1º de agosto, acendeu o alerta no Planalto, principalmente entre os assessores mais próximos de Lula. O receio é claro: o impacto direto no bolso da população pode se tornar um fator decisivo nas eleições de 2026, quando o petista buscará a reeleição.
“A narrativa da soberania é importante, mas tem limite. O que preocupa, de verdade, é quando o supermercado ficar mais caro, quando a indústria começar a demitir. Aí, não tem soberania que segure a insatisfação popular”, afirmou um interlocutor do governo em condição de anonimato.
O clima é de apreensão. Para aliados, a retórica combativa pode até funcionar junto à militância, mas não será suficiente para conter os danos políticos caso o tarifaço leve ao aumento dos preços e à retração da economia.
Diante desse cenário, ministros do governo já articulam uma nova linha de comunicação, reforçando que Lula e sua equipe estão atuando nos bastidores para tentar reverter a decisão norte-americana, sinalizando empenho diplomático e responsabilidade econômica.
A partir de agora, o Planalto pretende equilibrar o tom. O discurso de soberania seguirá como bandeira, mas acompanhado de gestos concretos de negociação, numa tentativa de blindar o governo dos efeitos eleitorais de uma possível crise provocada pelas novas tarifas americanas.
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*Com informações Metrópoles