O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a tratar com desdém a crise comercial com os Estados Unidos, mesmo após a confirmação de que a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros começa a valer nesta sexta-feira (1º). Em entrevista ao The New York Times, Lula demonstrou incômodo com o silêncio da Casa Branca, mas não apresentou qualquer reação contundente diante do prejuízo iminente às exportações nacionais.
“Até agora, ninguém quer conversar”, disse Lula, ao relatar que ministros e o vice-presidente do Brasil tentaram contato com o governo norte-americano, sem sucesso. Mesmo assim, o presidente brasileiro deixou claro que não pretende mudar o tom diante do endurecimento de Donald Trump: “Reconhecemos o poder dos EUA. Mas isso não nos deixa com medo.”
Em vez de buscar um plano estratégico para barrar o impacto da medida, Lula recorreu à retórica política e ao sarcasmo: “Se ele quer ter uma briga política, vamos ter. Se quiser discutir comércio, vamos conversar. Mas não pode misturar as duas coisas.” A fala foi vista como mais uma provocação, enquanto o setor do agronegócio brasileiro se prepara para perdas bilionárias.
Ao comentar a carta enviada por Trump, Lula afirmou que o tom foi de quem “não quer conversar” e aproveitou para reforçar os laços com a China. “Se os Estados Unidos não quiserem comprar, vamos atrás de quem queira”, afirmou, ignorando os impactos econômicos diretos da decisão unilateral dos EUA sobre o setor de carnes e outros produtos do agronegócio.
A postura de Lula tem sido criticada nos bastidores por empresários do setor exportador, que esperavam uma reação mais pragmática do governo brasileiro. O silêncio da Casa Branca e a ausência de medidas diplomáticas concretas mostram que, ao menos por ora, o país está isolado na tentativa de barrar o tarifaço.
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*Com informações G1