Campo Grande vive um clima de tensão silenciosa. A gestão da prefeita Adriane Lopes (PP) deve exonerar entre 800 e 1 mil servidores até o dia 5 de agosto, numa manobra drástica para adequar a folha de pagamento às exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Embora a prefeitura negue oficialmente a ação, os cortes já estariam definidos nos bastidores — com direito à atuação intensa de vereadores que tentam blindar seus apadrinhados políticos da degola.
Segundo fontes tanto na Câmara quanto dentro da própria administração municipal, o maior impacto será sentido na Secretaria Municipal de Educação (Semed), onde 196 servidores — em sua maioria professores convocados que atuam em áreas administrativas — devem perder seus cargos.
A medida também atinge em cheio a Fundação Social do Trabalho (Funsat), onde pelo menos 500 trabalhadores vinculados ao Programa de Inclusão ao Mercado de Trabalho (Primt), o antigo Proinc, serão desligados. Parte desses contratos vence em agosto e não será renovada; a maioria, no entanto, será desligada por decisão unilateral da prefeitura.
As demais exonerações devem ser pulverizadas entre outras secretarias, fundações e autarquias. Os atos com as demissões começarão a ser publicados a partir de 1º de agosto — exatamente o mesmo dia em que servidores da Saúde marcaram manifestação contra o reajuste salarial zero proposto pela prefeita.
Desde 2021, os servidores não têm reposição da inflação. Com a adesão pretendida ao Programa de Acompanhamento e Transparência Fiscal (PATF) e ao Plano de Promoção do Equilíbrio Fiscal (PEF), ambos do governo federal, essa reposição deixará de ser obrigatória por até dois anos ou mais, dependendo da situação fiscal do município.
Além disso, promoções por tempo de serviço — como progressões horizontais e verticais — também serão congeladas. A meta da prefeitura, ao aderir aos programas federais, é elevar sua Capacidade de Pagamento (Capag) perante o Tesouro Nacional e conseguir novos financiamentos com aval da União.
Na prática, a gestão Adriane Lopes prioriza o aval de Brasília em detrimento da estabilidade de sua própria máquina pública — e principalmente do bolso dos servidores que sustentam os serviços da Capital.
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*Com informações Jornal Vox MS