Sexta, 01 de Agosto de 2025

Constrangimento e alianças forçadas expõem racha entre pré-candidatos ao Governo e Senado em MS

De bolsonaristas engolindo Reinaldo no PL a irmãos em lados opostos da disputa, bastidores da política sul-mato-grossense escancaram tensão nas articulações

31/07/2025 às 09h17
Por: Tatiana Lemes
Compartilhe:
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

As articulações para as eleições de 2026 em Mato Grosso do Sul têm gerado um clima de constrangimento generalizado entre pré-candidatos e lideranças partidárias. O jogo de alianças, muitas vezes forçado, já provoca divisões internas, dilemas pessoais e disputas familiares, como reflexo de uma corrida eleitoral antecipada e turbulenta.

No Partido Liberal, o constrangimento se traduz em silêncio e resignação. A ordem é engolir sapo e aceitar o ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB) no comando da sigla, mesmo entre os que sempre o criticaram. Com aval de Jair Bolsonaro, que vetou candidatura própria em Campo Grande e fechou acordo com o governador Eduardo Riedel (PSDB), Reinaldo passou de alvo a comandante do PL no Estado.

Vereadores e deputados eleitos na esteira do bolsonarismo terão que aceitar a nova configuração se quiserem manter o apoio do ex-presidente. A alternativa é arriscar voos solos, sem o “carimbo Bolsonaro”, considerado decisivo nas últimas eleições.

Entre os insatisfeitos, os deputados Marcos Pollon e João Henrique Catan ainda não decidiram se permanecem no partido. Pollon, inclusive, já abriu conversas com o Novo e o Republicanos e não descarta enfrentar Reinaldo ou Riedel em 2026.

Outro foco de constrangimento é familiar: os irmãos Nelsinho e Fábio Trad estão em campos opostos. Enquanto o senador Nelsinho busca se manter no grupo de Riedel e Bolsonaro para viabilizar sua reeleição, Fábio se aproxima do PT e foi convidado para disputar o governo com apoio de Lula. A oposição declarada de Fábio ao grupo tucano ameaça minar o espaço de Nelsinho na aliança, que já enfrenta concorrência interna com Gerson Claro e Marcelo Miglioli, ambos do PP.

No MDB, a possível candidatura da ministra Simone Tebet ao governo, com apoio de Lula, também expõe divisões. Embora o diretório estadual esteja alinhado a Riedel e Reinaldo, a entrada de Simone pode tirar o MDB da aliança. O dilema é claro: o partido deve fidelidade à senadora, mas resiste a subir no mesmo palanque que o presidente Lula.

As articulações em Mato Grosso do Sul, longe de consenso, revelam um cenário de alianças desconfortáveis, recuos estratégicos e constrangimentos que só tendem a se intensificar à medida que 2026 se aproxima.

Receba as principais notícias do Brasil pelo WhatsApp. Clique aqui para entrar na lista VIP do WK Notícias. 

*Com informações Investiga MS

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários