O domingo (3) foi palco de intensas manifestações bolsonaristas em Mato Grosso do Sul, principalmente nas cidades de Campo Grande e Dourados, onde milhares saíram às ruas para protestar contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e exigir anistia aos condenados pelos Atos de 8 de Janeiro.
Na Capital, o grupo se concentrou na Praça do Rádio Clube, na Avenida Afonso Pena, e seguiu em carreata pelo Centro. O ato reuniu lideranças do Partido Liberal (PL), como o deputado federal Rodolfo Nogueira, os deputados estaduais Coronel David e João Henrique Catan, e vereadores locais, incluindo Ana Portela e Rafael Tavares. Um buzinaço também tomou conta das vias da cidade, ampliando o tom de pressão nas ruas.
Os manifestantes, embalados pelo slogan “Reaja Brasil”, demonstraram insatisfação com a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, que está proibido de sair de casa aos finais de semana e teve o uso das redes sociais vetado por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF. A medida, adotada após operação da Polícia Federal em 18 de julho, visa conter uma suposta “possibilidade concreta de fuga” do ex-presidente.
Durante o protesto, os discursos carregaram uma veemente oposição ao STF e ao presidente Lula, além de celebrar o apoio dos Estados Unidos, simbolizado pela postura de Donald Trump, que impôs uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros e sancionou ministros da Corte. Henrique Catan, deputado estadual do PL, chegou a afirmar que documentos americanos apontam fraudes nas eleições de 2022 — tese desmentida por relatórios oficiais das Forças Armadas.
O ato também escancarou divisões internas no PL. Adesivos exibidos pelo grupo “Resistência MS” chamavam para o “Fora Lula”, “Fora Moraes” e “Fora Azambuja”, incluindo o ex-governador e futuro presidente estadual do PL, Reinaldo Azambuja, como alvo da insatisfação bolsonarista. O deputado federal Marcos Pollon, crítico da aliança do PL com o PSDB, enfrentou resistência para subir no trio elétrico, protestando contra a “entrega” do partido e classificando os responsáveis como “canalhas”.
Em Dourados, a mobilização tomou a Avenida Marcelino Pires, com uma carreata que se estendeu por mais de 15 quadras. O deputado federal Rodolfo Nogueira, acompanhado da vice-prefeita Gianni Nogueira e vereadores locais, liderou a manifestação que teve participação direta do ex-presidente Bolsonaro — por meio de uma videochamada ao vivo, apesar da proibição judicial ao uso das redes sociais.
Com os ânimos à flor da pele, os bolsonaristas mostram que, mesmo cercados por medidas judiciais restritivas, seguem organizados e dispostos a manter a pressão política nas ruas, potencializando uma crise que tende a se aprofundar no cenário político brasileiro.
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*com informações Midiamax
