A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de decretar a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) gerou forte repercussão entre parlamentares e aprofundou a polarização política em Brasília. Enquanto aliados do governo Lula (PT) exaltaram a medida como um reforço à democracia, a oposição reagiu com veemência e classificou o ato como autoritário.
O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), não poupou palavras ao condenar a decisão: “Não há mais instituições, há tiranos com toga”, disparou nas redes sociais. “Agora o trancam dentro da própria casa, como um criminoso”, completou, sugerindo que a medida representa uma perseguição política contra Bolsonaro.
Na mesma linha, o deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) afirmou que a prisão domiciliar é absurda, especialmente no momento em que, segundo ele, surgem novas revelações da chamada “Vaza Toga” sobre possíveis abusos cometidos por Moraes na condução dos processos ligados ao 8 de Janeiro. “Estamos assistindo a uma escalada autoritária travestida de legalidade”, criticou.
Do lado governista, o discurso foi de apoio total à decisão do STF. O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), afirmou que Bolsonaro reincidiu nas infrações às medidas cautelares impostas e agiu com deboche perante o Judiciário. “A resposta do Supremo foi proporcional à gravidade dos atos”, defendeu, acrescentando que a prisão domiciliar busca proteger a ordem pública até a conclusão do julgamento.
Para o deputado Alencar Santana (PT-SP), 1º vice-líder do governo na Câmara, a medida de Moraes é um avanço democrático. “A democracia do Brasil se fortalece”, declarou, celebrando o que classificou como uma reação institucional à ameaça bolsonarista.
A polarização em torno da prisão domiciliar de Bolsonaro evidencia mais uma vez o clima de tensão que domina a política nacional, com o STF no centro das atenções e alvo de ataques diretos por parte de setores da oposição.
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*Com informações CNN
