O ex-governador Reinaldo Azambuja confirmou sua filiação ao PL, em alinhamento direto com o ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente nacional da legenda, Valdemar da Costa Neto. A decisão, que antecipa movimentos eleitorais em Mato Grosso do Sul, desloca a principal peça do xadrez político regional com foco na reeleição do atual governador Eduardo Riedel, seu afilhado político.
A estratégia é clara: Azambuja busca manter a coesão da base aliada e evitar o risco de um outsider bolsonarista, como o Capitão Contar em 2022, chegar ao segundo turno e ameaçar a permanência de Riedel no poder. No entanto, o movimento também causa fraturas visíveis no PSDB sul-mato-grossense, último reduto da sigla com um governador no cargo.
Apesar de fechados com o projeto de reeleição de Riedel, os deputados federais tucanos Dagoberto Nogueira, Geraldo Resende e Beto Pereira já sinalizam que não seguirão Azambuja ao PL. “É uma decisão do ex-governador Reinaldo Azambuja. Mas nós não temos nada a ver com o PL. Estamos em campos antagônicos na visão política”, afirmou Resende.
O grupo trabalha na articulação de uma federação entre PSDB, MDB e Republicanos para manter a força da bancada e garantir estrutura partidária. “Se fechar a federação, fico no PSDB porque, junto com os outros dois partidos, teremos tempo de televisão e um bom fundo partidário”, disse Dagoberto.
Nos bastidores, a mudança de Azambuja para o PL tem aval de Bolsonaro e Valdemar Costa Neto, mesmo com o ex-presidente recolhido em prisão domiciliar. A expectativa é que o ex-governador ajude a conter alas mais radicais do partido no Estado, como a liderada pelo deputado Marcos Pollon, e impeça que Bolsonaro apoie um nome fora do controle da atual coalizão.
O deputado Beto Pereira vê a movimentação como positiva para o projeto de Riedel, mas diz não ter pressa para decidir seu futuro. “Vou esperar até março ou abril do ano que vem. Tem muita coisa por acontecer até lá.”
A saída de Azambuja deve ser seguida pela desfiliação de Riedel, que deve engrossar o Progressistas (PP), ao lado da senadora Tereza Cristina e do deputado Dr. Luiz Ovando. Com isso, cresce a expectativa sobre o destino dos 247 vereadores e 44 prefeitos tucanos no Estado, que devem se dividir entre seguir Azambuja ou Riedel.
Se confirmada a debandada, o comando estadual do PSDB deve ficar nas mãos da bancada federal. Os deputados, por sua vez, trabalham para manter a aliança com os partidos de centro e, nos bastidores, esperam que o PT não lance candidato ao governo em 2026 e mantenha o apoio à eventual reeleição de Riedel.
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*Com informações Campo Grande News