O deputado federal Marcos Pollon (PL-MS) deixou claro que não teme uma eventual expulsão do Partido Liberal após o duro discurso que fez contra a aliança da sigla com o PSDB em Mato Grosso do Sul. Em tom agressivo, ele acusou a cúpula do partido de “entregar o PL para a porcaria do PSDB” e garantiu que não vai recuar, mesmo que isso custe o próprio mandato.
“Não vou recuar e o cargo que se lasque. Quem engoliu o PSDB, engoliu o PL. [...] Canalhas, canalhas, e eu falo é na cara. Eu quero que se foda. Pollon, você acabou de enterrar sua carreira política. Foda-se, eu não vou entregar meu País”, declarou, durante evento recente, em um discurso que chocou até mesmo aliados.
A reação no PL foi imediata. Internamente, lideranças classificaram a manifestação como “exagerada” e já admitem que a permanência de Pollon no partido se tornou insustentável. Ele teria inclusive recebido sinais de que poderá ser convidado a se retirar oficialmente da legenda.
Nas redes sociais, no entanto, Pollon demonstrou total indiferença à possibilidade. Ao compartilhar uma manchete que dizia que ele pode ser expulso do PL, ironizou: “Nossa, nem vou dormir”, seguido de um provocativo “beijo no ombro”. Em outro comentário, rebateu uma internauta que afirmou que o PL virou PSDB: “Nem na bala”, seguido de risadas.
Nos bastidores, o deputado já conversa com outras siglas. Recentemente, esteve em diálogo com o Republicanos sobre uma eventual filiação e possível candidatura ao Governo ou ao Senado. Também recebeu convite do Partido Novo e, anteriormente, foi sondado pelo MDB.
Essa não é a primeira vez que Marcos Pollon se rebela contra a aproximação entre PL e PSDB. Em 2022, quando ainda presidia o partido no Estado e articulava candidaturas no interior contra petistas e tucanos, foi surpreendido pela decisão do então presidente Jair Bolsonaro de apoiar Reinaldo Azambuja (PSDB) e entregar a ele o comando da sigla.
À época, Pollon gravou um vídeo nas redes sociais denunciando sua insatisfação, chegou a anunciar pré-candidatura à Prefeitura de Campo Grande para barrar a aliança, mas foi ignorado por Bolsonaro e removido da presidência estadual do partido.
Agora, com o ex-governador Azambuja prestes a se filiar ao PL e assumir o comando da legenda, o embate político ganha novos contornos e pressiona Pollon a tomar uma decisão: resistir dentro do partido ou buscar novos caminhos fora dele.
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*Com informações Investiga MS