O ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB) começa a consolidar sua liderança no Partido Liberal em Mato Grosso do Sul, após acordo costurado com a cúpula nacional da sigla e com o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro. O movimento, contudo, acirrou tensões internas e provocou uma reação explosiva do deputado federal Marcos Pollon (PL), que acusou abertamente a cúpula do partido de “entregar o PL para a porcaria do PSDB”.
A transição do comando estadual foi anunciada no fim de semana pelo atual presidente do PL em MS, Tenente Portela, em grupo de WhatsApp com lideranças do partido. Ele afirmou que Azambuja passa a liderar a legenda, conforme acordo firmado em junho com Bolsonaro, Valdemar da Costa Neto (presidente nacional do PL), senador Rogério Marinho e o governador Eduardo Riedel (PSDB). O objetivo, segundo Portela, é fortalecer o partido para as eleições de 2026.
“Ao ex-governador Reinaldo, conforme acordo firmado em junho de 2024... foi entregue o PL/MS, com a missão de fortalecer o partido, visando as eleições de 2026”, informou Portela, acrescentando que a composição prevê apoio à reeleição de Riedel, candidatura de Azambuja ao Senado e uma segunda vaga para nome indicado pela cúpula bolsonarista.
Pollon em fúria
O deputado Marcos Pollon reagiu de forma contundente e escancarou a crise na legenda. Em discurso inflamado, acusou a direção do PL de traição e de entregar o partido à velha política tucana. “Canalhas, canalhas, e eu falo é na cara. Eu quero que se foda. Pollon, você acabou de enterrar sua carreira política. Foda-se, eu não vou entregar meu País, porra. Despostas, cretinos, canalhas”, disparou.
Em redes sociais, Pollon ainda ironizou notícias de que poderá ser convidado a deixar o partido. “Nossa, nem vou dormir”, publicou, seguido de um “beijo no ombro”. Em outro comentário, ao ler que o PL-MS estaria “morto” com o PSDB, respondeu: “Nem na bala. Kkkk”.
A crise interna envolve ainda outros nomes da ala bolsonarista no Estado. Rafael Tavares (PL) e João Henrique Catan (PL) ainda não se pronunciaram publicamente, mas são identificados com a ala que sempre fez oposição ao PSDB no MS — especialmente à gestão de Azambuja e Riedel.
Eleições 2026 no radar
A movimentação fortalece o projeto tucano para 2026 e consolida o apoio do PL à reeleição de Riedel, com Azambuja despontando como pré-candidato ao Senado. O plano é amarrado diretamente com Bolsonaro, que se comprometeu a indicar o segundo nome para a chapa majoritária.
Apesar das reações, a cúpula nacional do PL mostra pouca disposição para reverter a decisão, sinalizando que os insatisfeitos terão que se adequar — ou buscar outro caminho.
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*Com informações Investiga MS