Quinta, 07 de Agosto de 2025

Após ocupação histórica, oposição desocupa Senado, mas mantém pressão por impeachment de Moraes

Com apoio popular e 41 assinaturas reunidas, senadores reforçam recado ao STF: “Foi um gesto excepcional, mas a luta continua”, diz Rogério Marinho

07/08/2025 às 10h53
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Brasília viveu nesta semana uma das mais enfáticas demonstrações de enfrentamento entre Legislativo e Judiciário desde a redemocratização. Após dois dias de protestos e ocupação da Mesa Diretora do Senado Federal, parlamentares da oposição anunciaram, na manhã desta quinta-feira (7), a liberação do plenário — mas com um claro aviso: o recado foi dado, e a pressão contra o ministro Alexandre de Moraes e o Supremo Tribunal Federal (STF) está apenas começando.

“Estamos neste momento nos retirando da Mesa do Senado da República para que os trabalhos possam fluir normalmente”, declarou o senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição na Casa. A sessão das 11h foi mantida no formato virtual por decisão do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), como forma de “garantir o funcionamento da Casa e impedir que a pauta legislativa, que pertence ao povo brasileiro, seja paralisada”.

A ocupação, que também atingiu a Câmara dos Deputados, teve início após a decisão de Moraes de decretar a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A reação foi imediata e contundente: parlamentares se acorrentaram, bloquearam votações e prometeram obstrução total até que o Congresso abrisse diálogo sobre a anistia aos condenados dos atos de 8 de janeiro e sobre projetos que limitam o poder do STF.

Durante coletiva, Marinho revelou que a oposição já conseguiu reunir 41 assinaturas em apoio ao pedido de impeachment de Alexandre de Moraes — um número expressivo que serve como termômetro da insatisfação crescente dentro do Congresso. “Foi um gesto excepcional, mas tivemos o respaldo muito forte da população brasileira. A vida continua e vai vencer o Brasil no final”, afirmou o senador.

Apesar de ainda depender do aval de Davi Alcolumbre para que o processo avance, o número de assinaturas representa um divisor de águas no embate entre os Poderes. O gesto simbólico de ocupação já surtiu efeito político: mostrou força, mobilização e disposição da oposição para continuar pressionando por limites ao que classificam como “escalada autoritária” do STF.

Marinho fez questão de enfatizar que o foco, a partir de agora, será debater temas de interesse nacional, “independente da questão ideológica ou partidária”. Mas deixou claro: o sinal foi dado, e os senadores estão atentos ao silêncio ensurdecedor do comando do Senado diante das denúncias contra o Supremo.

A liberação do plenário não significa rendição — ao contrário: representa apenas o fim de uma fase e o início de uma nova etapa de articulação. O embate institucional, que parecia velado, agora ganhou holofotes. E, com apoio crescente das ruas, a oposição promete continuar sua ofensiva contra os excessos de poder que, segundo ela, colocam em risco os pilares da democracia brasileira.

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*Com informações CNN

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