Sexta, 08 de Agosto de 2025

Governo Lula reage ao tarifaço de Trump com ofensiva em quatro frentes

Planalto aposta em negociação, mitigação de danos, diversificação comercial e possível retaliação para conter impacto das tarifas

08/08/2025 às 08h51
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já colocou em marcha uma estratégia robusta e multifacetada para responder ao tarifaço imposto pelos Estados Unidos sob a gestão de Donald Trump. O pacote de ações, dividido em quatro frentes simultâneas, busca conter os danos econômicos, abrir novas oportunidades comerciais e, se necessário, retaliar as medidas americanas.

A prioridade, desde a primeira sobretaxa de 10% anunciada em abril, é a negociação direta com Washington, conduzida pelo Itamaraty e pelos ministérios da Fazenda, Indústria e Comércio e Agricultura, sob coordenação do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). Apesar da resistência da Casa Branca, o Brasil tenta suavizar os impactos e retirar setores da lista de produtos sobretaxados. O ministro Fernando Haddad já tem reunião marcada com o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, para a próxima semana.

A segunda frente é a mitigação dos efeitos internos. Com a sobretaxa de 40% formalizada em julho, o Planalto estuda incentivos à exportação para outros mercados, apoio financeiro emergencial, redução de tributos e criação de estoques reguladores temporários. Parte do empresariado, no entanto, já critica a demora na implementação dessas medidas.

A terceira frente mira a diversificação de mercados. Lula intensificou visitas internacionais e negociações para reduzir a dependência dos EUA, incluindo avanços no acordo Mercosul-União Europeia e estreitamento de laços com China, Índia, Japão, Indonésia e países do Sudeste Asiático. A meta é fortalecer a resiliência econômica a longo prazo, sem abandonar o mercado americano no curto prazo.

Por fim, a quarta frente considera a retaliação comercial. Embora ainda em fase preliminar, estudos técnicos já avaliam medidas de reciprocidade com aval do Congresso. Segundo fontes do governo, a resposta, se vier, será proporcional e dentro das regras internacionais.

O Planalto vê a crise como um desafio imediato, mas também como oportunidade para redesenhar a estrutura de comércio exterior do Brasil, mesmo que isso exija um jogo político e diplomático de alto risco.

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*Com informações CNN

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