Sexta, 15 de Agosto de 2025

PL se arma como principal força de oposição ao STF e mira maioria no Senado em 2026

Partido de Bolsonaro transforma impeachment de Moraes em bandeira central e articula estratégia nacional para dominar o Legislativo

15/08/2025 às 10h53
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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O Partido Liberal (PL), de Jair Bolsonaro, posiciona-se como a principal força de oposição ao Supremo Tribunal Federal (STF), transformando o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes em bandeira eleitoral central para as eleições de 2026. Apesar de 41 senadores apoiarem formalmente a abertura do processo — a maioria necessária no Senado —, o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), mantém a pauta engavetada, estimulando a mobilização da direita para conquistar o controle da Casa.

O impeachment, que acusa Moraes de abuso de autoridade e usurpação de competências de outros Poderes, integra o chamado “Pacote da Paz” da oposição, junto com a anistia aos réus do 8 de janeiro e o fim do foro privilegiado. A bandeira ganhou repercussão internacional após sanção individual dos Estados Unidos via Lei Magnitsky, motivada por supressão de liberdade de expressão e detenções preventivas arbitrárias, reforçando o argumento do PL sobre impunidade no Judiciário.

Com o processo engavetado, o partido intensificou filiações estratégicas e formação de chapas estaduais, mirando especialmente o Sul, Sudeste e Centro-Oeste, onde Bolsonaro obteve votos expressivos em 2022 e manteve desempenho nas eleições municipais de 2024. A estratégia busca eleger senadores alinhados à bandeira do impeachment, garantindo tempo de propaganda e influência política decisiva a partir de 2027, quando o partido pretende eleger um presidente do Senado mais combativo frente ao STF.

O PL reforça disciplina interna com resolução que impede eleitos de apoiar candidatos de outras legendas, sob risco de corte de fundo eleitoral ou expulsão. A medida mantém o controle da direção nacional sobre negociações estaduais e fortalece a articulação liderada pessoalmente por Bolsonaro.

O partido também articula alianças com nomes de outros partidos que compartilham a pauta do impeachment. A recente filiação do senador Márcio Bittar (AC), ex-União Brasil, exemplifica a estratégia do PL de ampliar sua base e influência para a disputa de 54 cadeiras no Senado, duas por estado.

Analistas políticos destacam que o PL transformou a eleição de 2026 em campo de batalha decisivo: caso consiga maioria na Casa, o partido poderá, a partir de 2027, implementar medidas para conter o crescimento do STF e reequilibrar relações entre Legislativo, Executivo e Judiciário. A narrativa de impunidade e o foco no impeachment de Moraes, reforçada por mobilização nacional e controle sobre candidaturas, consolidam o PL como epicentro da oposição organizada ao Judiciário.

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*Com informações Gazeta do Povo

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