Terça, 19 de Agosto de 2025

Riedel oficializa filiação ao PP e sinaliza autonomia em relação a Azambuja

Movimento quebra acordo anterior com ex-governador e pode redefinir o cenário político em Mato Grosso do Sul

19/08/2025 às 09h04
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

A entrada do governador Eduardo Riedel no Partido Progressista (PP), confirmada nesta terça-feira (19) em Brasília, marca um novo capítulo na política de Mato Grosso do Sul e evidencia um distanciamento em relação ao ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB).

O entendimento inicial era de que ambos fariam o movimento em sintonia: Riedel para o PP e Azambuja para o PL, com anúncio conjunto como demonstração de unidade. Mas o combinado não se concretizou. Enquanto o presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, já havia sido informado da decisão, Azambuja só tomou conhecimento na véspera de que o sucessor assinaria a ficha de filiação antes do previsto.

Embora sua aproximação com a política tenha começado pelas mãos da senadora Tereza Cristina (PP), foi sob a gestão de Azambuja que Riedel ganhou projeção, ao assumir pastas estratégicas e ser lançado como candidato ao governo em 2022. Na campanha, coube a Tereza o papel de reforçar alianças e buscar apoio em todo o Estado, já que o desgaste de oito anos da administração tucana pesava contra o grupo.

No início de seu governo, Riedel manteve boa parte do secretariado herdado de Azambuja, o que lhe rendeu críticas e a alcunha de “Reinaldo 3”. Com o passar dos meses, promoveu mudanças e consolidou uma marca própria de gestão, reduzindo as comparações.

A filiação ao PP é interpretada como um gesto de independência, ao quebrar o alinhamento prometido com o ex-governador em torno do PL. A decisão mostra que Riedel pretende traçar sua trajetória política com maior autonomia. Já Azambuja, que continua no comando do PSDB em Mato Grosso do Sul, deve migrar para o PL em setembro, alinhando-se ao grupo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O movimento de Riedel, entretanto, sinaliza que a relação entre os dois principais líderes sul-mato-grossenses entra em uma nova etapa — menos de dependência e mais de autonomia política — com potencial para alterar o equilíbrio de forças no Estado nos próximos anos.

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