Terça, 19 de Agosto de 2025

Clã Bolsonaro reage e critica governadores de direita por agendas eleitorais em meio à prisão do ex-presidente

Filhos de Bolsonaro e aliados radicais acusam presidenciáveis de omissão e priorizam defesa do ex-presidente antes das eleições de 2026

19/08/2025 às 11h06
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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A prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem causado tensão dentro do próprio bolsonarismo. Enquanto governadores de direita intensificam agendas políticas e discursam sobre suas pré-candidaturas, aliados do “núcleo raiz” do ex-presidente demonstram irritação com o que consideram uma postura de omissão e oportunismo eleitoral.

O vereador Carlos Bolsonaro, em postagem que foi compartilhada pelo irmão Eduardo, chamou os “governadores democráticos” de “ratos” e “cúmplices covardes”. O ato é interpretado como reação ao lançamento da pré-candidatura de Romeu Zema (Novo-MG) e às declarações de Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), que se apresentam como presidenciáveis sem mencionar diretamente Bolsonaro ou criticar o ministro do STF Alexandre de Moraes, responsável pelos processos que envolvem o ex-presidente.

Para o pastor Silas Malafaia, principal articulador de atos a favor de Bolsonaro, a postura dos governadores demonstra falta de compromisso com o eleitorado bolsonarista. “Ele [Carlos] está indignado porque está vendo o pai dele definhando, doente, e não há uma reação veemente, dura, justa e verdadeira contra Alexandre de Moraes”, afirmou.

O descontentamento é reforçado por aliados da família, que criticam o lançamento de candidaturas em um momento sensível. Segundo interlocutores, o ex-presidente deveria ser o centro das pautas, com foco na anistia de envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, e não os projetos individuais de governadores.

Nos últimos dias, Tarcísio intensificou encontros com representantes do mercado financeiro e participou de eventos públicos, incluindo palestras promovidas pelo BTG Pactual e pelo Warren Investimentos, além de reuniões com empresários na residência do cantor Latino e no Palácio dos Bandeirantes. Já Romeu Zema lançou oficialmente sua pré-candidatura em São Paulo, sem menções diretas a Bolsonaro.

Para o vice-prefeito de São Paulo, coronel Mello Araújo, afilhado político do ex-presidente, a situação é grave: “Estão, literalmente, enterrando vivo nosso presidente. O outro [Lula] estava condenado, tiraram da cadeia e colocaram no jogo. O nosso nem condenação possui e estão atropelando e enterrando vivo”.

O episódio evidencia a tensão interna no bolsonarismo e a disputa pelo protagonismo dentro da direita, em um momento em que a estratégia eleitoral para 2026 ainda depende da definição do papel de Bolsonaro e da articulação de seus aliados mais próximos.

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*Com informações Metrópoles

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